Menu
quarta, 18 de setembro de 2024
Governo - Juntos por elas - setembro
Andorinha - 76 anos - Junho 2024
Geral

Trabalho do IFMS aponta condições favoráveis ao cultivo da mandioca na região Centro-Oeste

28 setembro 2020 - 11h48Redação

Estudantes e professores do Campus Naviraí do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) publicaram, neste mês, um estudo feito com base nas características do clima e do solo na região Centro-Oeste que favorecem o cultivo da mandioca.

Publicado na revista científica internacional Theoretical and Applied Climatology (Climatologia Teórica e Aplicada, em inglês), o trabalho realizou o zoneamento agrícola para plantação da planta tuberosa, demonstrando haver alta aptidão para o cultivo, com 86,6% da região em condições favoráveis.

Participaram da produção dos artigos os estudantes Pedro Antônio Lorençone, João Antônio Lorençone, Gabriel Henrique de Olanda Souza e Rafael Fausto de Lima, e os professores Lucas Aparecido e Guilherme Botega.

“A região apresenta temperaturas médias do ar entre 20 a 30°C e precipitações anuais de 1200 a 4000 mm, além de possuir solo com taxa de argila entre 15 e 35%, sendo bem drenados. Essas condições enquadram-se muito bem com o ideal para o bom desenvolvimento da mandioca”, afirma Lucas.

A publicação é fruto de projeto de iniciação científica coordenado por Lucas junto a estudantes de ensino médio integrado, em que foram analisados dados de precipitação e temperatura do ar do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e de quantidade de argila no solo da SoilGrids.

Já o Intergovernamental Panel On Climate Change (IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, em inglês), das Organizações das Nações Unidas (ONU), forneceu dados que permitiram aos pesquisadores realizar projeções de mudanças climáticas para verificar a adaptação do cultivo em cenários de novas configurações de clima na região.

“Caso ocorra aumento na temperatura do ar, a área apta para a mandioca irá reduzir drasticamente, podendo ser nula caso o aumento seja de 4,5 ou 6,0°C. Da mesma maneira, se a precipitação aumentar entre 15 e 30%, a região possuirá uma área apta menor. Por outro lado, se as chuvas reduzirem na mesma proporção, o cultivo da mandioca será facilitado”, comenta Lucas sobre alguns achados do trabalho.

Além das projeções de impacto da mudança climática, que Lucas avalia como “inevitável”, o professor destaca que o trabalho pode ser útil aos produtores ao apontar as áreas com maior facilidade de cultivo da mandioca na região.

“O artigo representa um pontapé para pesquisas mais aprofundadas sobre a cultura, principalmente para o Centro-Oeste, região em que são escassos trabalhos científicos para culturas de menor expressão. Na prática, torna-se um incentivo, tendo em vista que grande parte da região é cultivada apenas com a sucessão de soja e milho, com baixa preferência para escolha da mandioca”, afirma. 

O trabalho foi desenvolvido por estudantes e professores do Grupo de Pesquisa Recursos Naturais e Tecnologias Agropecuárias (Renta). Lucas destaca a relevância de publicações científicas feitas por estudantes do ensino médio.

“Essas publicações representam o resultado da dedicação e evolução de nossos estudantes, que a cada projeto aprendem mais sobre as análises e métodos científicos, bem como a organização necessária para um projeto e o mais importante, o comprometimento e a seriedade que a ciência necessita”, finaliza.

Koppen-Geiger and Camargo

Um segundo artigo publicado pelo professor neste mês, na mesma revista, utiliza as classificações climáticas de Koppen-Geiger and Camargo para detalhar o clima da região Centro-Oeste

Segundo Lucas, a partir de um maior detalhamento do clima é possível definir as melhores culturas para cada cidade da região Centro-Oeste, além de ajudar na escolha da melhor janela de plantio para favorecer a produtividade da cultura.

“As duas classificações praticamente se complementam. A classificação de Koppen é de mais fácil de entendimento, enquanto que a classificação de Camargo utiliza de informações de balanço hídrico para estabelecer as classes climáticas”, explica Lucas, afirmado que a classificação de Camargo é mais favorável para a agricultura.

 

Deixe seu Comentário

Leia Também

Boletim
Equipes combatem focos ativos em Aquidauana e no Paiaguás
Surpreendeu
"Falha" coloca rede social X no ar, parcialmente
Meio Ambiente
Recurso extraordinário para combater incêndios no Pantanal pode ser liberado em 24 horas
Programação
Trio Parada Dura é atração nacional do aniversário de 246 anos de Corumbá
Economia Nacional
Horário de verão tem apoio de 54,9% da população, diz estudo
Eleições 2024
TRE aceita recurso e Cazarin tem candidatura a vereador deferida por unanimidade
Internacional
Marinha do Brasil entrega cartas náuticas da Hidrovia Paraguai-Paraná à Armada Paraguaia
Segurança Pública
Mais 479 novos soldados da Polícia Militar são formados nesta quarta-feira, 18
Ação Humanitária
Ribeirinhos do Alto e Baixo Pantanal recebem missão com reforço no atendimento médico
Eleições 2024
"Falta ousadia para Corumbá", diz o candidato Delcídio do Amaral

Mais Lidas

Programação
Celebração dos 246 anos de Corumbá prossegue com Concerto Especial da Manoel Florêncio
Medida Protetiva
Idosa de Corumbá é expulsa de casa pela própria neta
Em Miranda
Macaco-prego nasce em meio às cinzas do Pantanal e recebe o nome de Fênix
Oportunidade
Campus do IFMS em Corumbá tem vaga para professor substituto com salário de até R$ 7 mil