A concentração de poluentes no ar de Mato Grosso do Sul cresceu muito em setembro. Grande parte em virtude das queimadas na região do Pantanal e também em outras áreas.
De acordo com dados de satélite, só de dióxido de nitrogênio, houve uma concentração quatro vezes maior este mês no Estado.
Segundo o físico Widinei Alves Fernandes, doutor em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE) e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), entre os principais poluentes do ar está o material particulado (conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho).
Nessa categoria, as partículas PM2,5, que são as mais finas, causam mais danos à saúde.
“Nesses locais de queimadas as pessoas ficam sujeitas a esse nível de poluição, ou seja, por essas partículas finas. Então, isso aumenta uma série de problemas para quem tem problemas respiratórios e os idosos. Além desse [poluente], tem o monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio e outros gases”, explicou Fernandes.
Dados de satélite analisados pelo físico mostram que houve aumento de todos os poluentes, principalmente do dióxido de nitrogênio, um dos principais poluentes da atmosfera e que oferece riscos à saúde e ao meio ambiente.
“Com dados de satélite dá para verificar que houve uma piora, que se deve também às queimadas do Pantanal, mas também às queimadas próximas, como as queimadas urbanas e a própria suspensão das partículas por causa do tempo estar muito seco, a qual também aumenta nesse período, ou seja, não bastam as queimadas, você tem a suspensão por vento. É um somatório de fatores”, afirmou o físico.
Em altas concentrações, o dióxido de nitrogênio pode provocar pneumonia química retardada, edema pulmonar, irritação da mucosa do nariz (coriza) e danos severos aos pulmões – semelhantes aos provocados pelo enfisema pulmonar –, a exposição contínua pode causar diminuição permanente das funções pulmonares.
Conforme o pesquisador, nesta época do ano é comum a qualidade do ar ficar bastante afetada no Norte e Centro-Oeste do País.
“Os principais poluentes que afetam a qualidade do ar, por causa das queimadas, são as partículas, principalmente o MP2,5; CO; NO2; e com a radiação solar do ozônio. As partículas de aerossol emitidas pelas queimadas, com um tempo de residência na atmosfera da ordem de dias, durante a estação seca, compõem uma espessa camada de fumaça sobre essas regiões do Brasil”.
Previsão
A umidade relativa do ar em Mato Grosso do Sul chegou a 8% nesta semana, por causa da onda de calor que atingiu o Estado, o que também contribuiu para uma péssima qualidade do ar.
Para os próximos dias, a boa notícia é de que há previsão da chegada de uma frente fria que poderá trazer chuva para Mato Grosso do Sul.

De acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS (Cemtec), na sexta-feira, uma frente fria atuará no Uruguai e avançará no sábado para o Brasil, trazendo condições de chuva entre Santa Catarina e o Paraná e até o norte da Argentina e o sul da Bolívia.
Com isso, há possibilidade de chuva no extremo sul e oeste de São Paulo e o sul e sudoeste de Mato Grosso do Sul.
No domingo, com o avanço da frente fria, a instabilidade também se alinhará entre o Estado e centro-sul de Mato Grosso, com pouca chuva.
Durante a segunda-feira, é esperado céu parcialmente nublado a nublado com pancadas de chuvas isoladas, e na terça-feira as chuvas se espalham em todas as áreas do Estado.
Para hoje a previsão é de céu claro a parcialmente nublado em todas as regiões, sem expectativa de chuva no Estado.
A umidade relativa do ar será baixa em todas as regiões, a variação está estimada entre 15% e 55% ao longo do dia, com porcentagens menores estimadas nas regiões noroeste, norte, central e bolsão. Mato Grosso do Sul ainda terá elevadas temperaturas, que podem variar de 16°C a 41°C, com grande amplitude térmica. Na Capital, a variação será de 20°C a 36°C.
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