A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) vai prorrogar o inquérito que apura a prática de crimes de assédio sexual, estupro, exploração sexual e perseguição no gabinete da Prefeitura de Campo Grande, o qual tem entre seus alvos o ex-prefeito de Campo Grande e candidato ao governo de Mato Grosso do Sul Marquinhos Trad (PSD).
O prazo para a conclusão do inquérito em que 16 mulheres acusam o candidato ao governo do Estado e ex-prefeito de estupro e assédio deveria ser entregue nesta quinta-feira.
O Correio do Estado, porém, apurou que a delegada Maíra Pacheco, responsável pela investigação, pedirá dilação de prazo para concluir o inquérito. O prazo para a conclusão da investigação, porém, não foi confirmado.
Normalmente, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, que supervisiona o inquérito e acompanha o caso (neste momento, a distância), dá mais 30 dias em situações como essa. O novo prazo, contudo, depende do pedido da delegada e do promotor responsável pelo caso.
A investigação começou no início de julho, quando quatro mulheres procuraram a Polícia Civil para relatar crimes contra a dignidade sexual sofridos dentro do gabinete da prefeitura.
Duas mulheres confirmaram ter mantido relações com o prefeito em troca da promessa de um emprego no município, uma delas, inclusive, disse ter sido inscrita no Programa de Inclusão Profissional (Proinc).
A terceira suposta vítima do prefeito teria sido alvo de uma investida dele dentro do banheiro do gabinete. Ela teria se recusado a manter relações sexuais com ele na ocasião, conforme a descrição, Trad teria tirado parte de suas vestes. Por causa desta investida, o prefeito é investigado por tentativa de estupro.
A quarta mulher, que chegou a confirmar as três tentativas, disse às policiais que o prefeito não quis nada com ela, por não fazer o tipo dele, mas, depois que o caso foi noticiado na imprensa, mudou a versão e afirmou estar sendo perseguida pelas colegas.
Do início de julho para cá, pelo menos 15 mulheres procuraram a polícia para denunciar supostos casos de assédio sexual nesta mesma investigação conduzida pela Delegacia da Mulher.
No dia 9 de agosto, a Polícia Civil efetuou busca e apreensão no gabinete da prefeitura, ocupado atualmente pela prefeita Adriane Lopes (Patriota), vice de Marquinhos na época dos supostos crimes relatados. A operação, na ocasião, foi autorizada pela juíza da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, Eucélia Moreira Cassal.
Servidores e ex-servidores do município também estão sendo ouvidos pelas policiais. Marquinhos deve ser ouvido ao fim do inquérito.
Outro lado
As advogadas de defesa de Marquinhos Trad, Andréa Flores e Rejane Alves de Arruda, têm reiterado que as denúncias são uma armação para prejudicar a candidatura do ex-prefeito ao governo do Estado. A operação policial do dia 9 foi classificada como “midiática”.
A defesa diz ainda que um grupo teria cooptado mulheres para prestarem denúncias falsas de assédio sexual e que há evidências, registradas em cartório, que comprovam a armação.
O ex-prefeito já admitiu ter tido relações sexuais com outras mulheres, mas afirmou que foram consensuais e nega as denúncias.
Saiba
Do início de julho para cá, pelo menos 15 mulheres procuraram a polícia para denunciar supostos casos de assédio sexual cometidos pelo ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad.
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