A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (31), a Operação FO M’ALE, para combater crimes de promoção de migração ilegal praticados por despachantes de viagens e empresários do ramo na cidade de Corumbá.
A investigação teve origem em denúncias de que uma pessoa estaria agindo como “coiote” e facilitando a migração ilegal de cidadãos haitianos pela fronteira Brasil-Bolívia. O grupo criminoso atuaria explorando um esquema de travessia de haitianos pelo local conhecido como “Trilha do Gaúcho”, na divisa do Brasil com o país vizinho. Nos períodos da manhã e noite estes despachantes buscavam meios de atravessar os migrantes, entre eles diversas crianças e mulheres grávidas, sempre exigindo vantagem econômica. Já dentro da trilha, os estrangeiros eram auxiliados por “carregadores” de nacionalidade boliviana, que tinham a função de mostrar o percurso correto até o território do país vizinho, além de prestar apoio no transporte das malas dos haitianos.
No decorrer dos trabalhos investigativos, que duraram alguns meses, foi observado que pelo menos 150 haitianos atravessavam a trilha por dia.
A ação contou com a participação de policiais federais de Corumbá, que cumpriram um mandado de prisão e quatro de busca e apreensão, todos expedidos pela 1ª Vara Federal de Corumbá.
Os investigados poderão responder pelos crimes de promoção de migração ilegal e organização criminosa (art. 223-A e art. 288, ambos do CPB), conforme aprofundamento dos trabalhos investigativos.
O nome FO M’ALE
A operação chamou-se FO M’ALE em alusão a uma expressão em idioma Creole, falado no Haiti, que significa “preciso ir embora” em tradução livre, e aduz a vontade destas pessoas em deixarem o país em busca de novas oportunidades em países como Chile, México e Estados Unidos.