Ao que tudo indica, o processo montado através da Operação Mercês, deflagrada pela Polícia Federal (PF), no mês de outubro para investigar a compra de votos em Corumbá, está recheado de indícios que apontam a existência de um forte esquema de corrupção para eleição de prefeito e alguns vereadores. O processo tramita na Justiça Eleitoral e está nas mãos do presidente da Câmara de Corumbá.
As investigações iniciaram em 4 de novembro de 2020, quando um funcionário comissionado da prefeitura, foi flagrado com cópias de documentos pessoais, dinheiros divididos em pequenas quantias, títulos eleitorais, uma lista contendo nomes, pedidos de exames à secretaria de saúde e um diálogo que seria comprometedor, revelado após quebra de sigilo telefônico. O suspeito foi abordado na saída do comitê responsável pela campanha do então candidato à prefeitura, Marcelo Iunes, atual prefeito da cidade.
Ao ser indagado, o homem justificou que costumava organizar o dinheiro daquela forma e que o montante seria usado na reforma de sua casa, mas não sabia se quer afirmar com exatidão o total que trazia consigo.
O Capital do Pantanal conversou com um dos vereadores envolvidos. Ele afirma que na época já fazia parte do legislativo corumbaenes e que fazer pedidos de exame médicos era uma prática normal e regular em todo o seu mandato, mas que isso não era usado como uma "troca de favores", já que o voto é velado e não existe mecanismo para apurar se a pessoa teria votado nele.
Agora cabe ao Ministério Público analisar os documentos reunidos pela PF e decidir os próximos passos do caso, se haverá pedido de cassação ou não dos envolvidos.
Novos documentos
Novos documentos divulgados pelo site Campo Grande News nesta quinta-feira, 18 de novembro, mostram que marmitex também eram trocadas por votos no esquema investigado pela Polícia Federal.
Diálogos revelados a partir da quebra de sigilo telefônico, mostra a compra de votos em troca de marmitex para seis eleitores. A conversa é entre o funcionário comissionado, que teve o celular apreendido, e outro comissionado da prefeitura que trabalhava para um candidato a vereador aliado do prefeito. No áudio, ele chega a rir do preço pago pelo voto e coloca o próprio eleitor para enviar áudio cobrando o alimento.

Segundo a Polícia Federal, o grupo usou a estrutura pública para negociar troca de favores, ou troca de benefícios, e assim conseguir apoio político para suas candidaturas nas eleições municipais. Outra forma ilegal de assegurar apoio político durante a campanha foi a contratação de pessoas sem prestar contas à Justiça Eleitoral, no chamado, “pagamento por fora”.
O documento, no qual o Campo Grande News teve acesso, segue em sigilo e, por isso, os nomes dos investigados não foram divulgados.
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Lista de nomes, cópias de documentos e quantia alta em espécie foram flagrados com funcionário comissionado da prefeitura. (Reprodução)

