As queimadas continuam castigando a região e o temor de um desastre maior que 2020, levou o vereador Chicão Vianna a pedir intervenção das autoridades federais, estaduais e até internacionais, para que socorram a região pantaneira que está ‘ardendo em chamas’.
Ontem, segunda-feira (10), durante sessão da Câmara Municipal, o vereador apresentou indicações direcionadas à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, com cópia ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva; ao secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência Tecnologia e Educação, Jaime Elias Verruck, com cópia ao governador Eduardo Riedel, pedindo adoção de medidas emergenciais para combater os incêndios florestais que assolam a região pantaneira.
Além disso, solicitou à diretora e representante da Unesco no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, bem como ao senador Nelsinho Trad, ao deputado federal Vander Loubet, e ao deputado estadual Paulo Duarte, para que intercedam por Corumbá junto às autoridades nacionais e até internacionais, para ações urgentes para evitar um novo desastre ambiental na região.
Chicão lembrou que os ciclos das cheias e secas no bioma pantaneiro são muito acentuados, mas que, ao longo dos últimos quatro anos, as secas têm perdurado por períodos maiores, fazendo com que a vegetação, antes submersa, fique exposta às adversidades do tempo e até do homem.
“Com isso, pequenos focos de incêndio se alastram com uma velocidade inimaginável, pois a vegetação exposta serve de combustível para o alastramento do fogo”, observou.
Citou o ano de 2020 quando o pantanal sofreu uma das piores, se não a pior tragédia ambiental de todos os tempos, quando 26% do bioma foi consumido pelas chamas, equivalente a quatro milhões de hectares.
Ano atípico
“Ocorre que, neste ano de 2024, a seca chegou mais cedo e, consequentemente, os incêndios também. Enquanto no período de 1º de janeiro a 07 de junho de 2023, a região registrou 106 focos de incêndio, agora, em 2024, foram 1.193 focos, um aumento de 1.025% comparado ao ano passado”, continuou em sua justificativa.
“Ainda em comparação aos anos anteriores, onde o período das chamas geralmente ocorre entre julho e agosto, com duração de aproximadamente seis meses, esse ano, os incêndios se iniciaram ainda em maio, o que pode nos levar a um período de aproximadamente oito meses de chamas no bioma”, continuou.
O vereador reforçou ainda que, em 2020. os incêndios causaram prejuízos inimagináveis à região. “As chamas alcançaram proporções tão absurdas que a fumaça encobriu um raio de aproximadamente 500 quilômetros, atingindo até Campo Grande. Atualmente estamos em iminente risco de sermos atingidos por um período de incêndio semelhante, ou até pior que o de 2020, tendo em vista que estamos sofrendo os efeitos do El Niño desde o final de 2023, com secas severas que ocasionou a evaporação as áreas alagáveis e a baixa considerável do nível dos rios da região”.
Ressaltou que diante da atual perspectiva, pode ocorrer uma nova catástrofe ambiental caso não sejam adotadas providências enérgicas imediatamente. “Por isso rogamos às autoridades para que não esperem os incêndios tomarem as proporções de 2020, onde foram registradas imagens de inúmeros animais carbonizados, provavelmente ainda vivos. Pedimos que as autoridades brasileiras também solicitem auxílio internacional de outros países, sendo estes vizinhos ou não, pois, como é sabido, o Pantanal é considerado Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela Unesco, sendo, assim como na Amazônia, dever de toda humanidade prezar pela manutenção do bioma, dada sua importância para o meio ambiente global”, concluiu.
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