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Quadrilha movimentou mais R$ 37 milhões em Corumbá

19 agosto 2020 - 12h29Redação com informações da Ascom MPF

O juízo da 3ª Vara Criminal de Campo Grande recebeu nesta terça-feira (18) a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) e tornou réus Cláudio Cardoso, Cristaini Cardoso, Fernanda Alexandre, Oldack Alexandre e Rosymeire Alexandre pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Somadas, as penas podem ir de 6 a 19 anos de reclusão. O grupo é originário do Maranhão, mas atuava na fronteira do Brasil com a Bolívia e movimentou, em apenas cinco anos, mais de R$ 37 milhões.

Investigação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal na Operação Hipócrates revelou que entre 2016 e 2020, no município de Corumbá (MS), os denunciados se associaram para promover a evasão de divisas para a Bolívia, em montante superior a R$ 37 milhões, sendo tal evasão, em muitos casos, utilizada como mecanismo para ocultar a origem, localização e movimentação de valores ilícitos em processo de lavagem de dinheiro.

O esquema apurado consistia no recebimento, pelos denunciados, de centenas de transferências bancárias de diversos locais do país. Em alguns casos, tais recursos eram remetidos por familiares ou responsáveis por estudantes brasileiros que cursam medicina na Bolívia, para a manutenção dos alunos no país vizinho. Em outros casos, os valores eram remetidos por terceiros que precisavam enviar dinheiro ao exterior de forma oculta, sobretudo por sua origem ilícita. Os valores eram sacados de forma fracionada, transportados por via terrestre para a Bolívia e lá depositados em contas bancárias registradas naquele país.

Rotina do crime

A apuração revelou que o casal Cláudio Cardoso e Cristaini Cardoso tinha em sua posse 30 cartões bancários em nome deles e de terceiros. Com isso, diariamente se deslocavam a diversas agências bancárias (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander, Sicredi) nos municípios de Corumbá e Ladário, fronteira do Brasil com a Bolívia, sacavam valores próximos ao limite legal estabelecido para saída de recursos do país sem declaração - R$ 10 mil -, atravessavam a fronteira Brasil/Bolívia, depositavam os valores em casas de câmbio localizadas na cidade boliviana de Puerto Quijarro e retornavam ao Brasil.

No período de 1º de janeiro de 2016 a 31 de dezembro de 2018, somente Claudio Cardoso realizou 5.907 operações a crédito. Tais transações são de uma enorme diversidade de valores e depositantes e fracionadas. Nesse período, as movimentações totalizaram mais de R$ 20 milhões e são completamente incompatíveis com a renda declarada por Cláudio Cardoso, de R$ 4.500,00 por mês em 2016 e 2017.

O casal Cardoso promovia semanalmente evasão de aproximadamente R$ 50 mil, num verdadeiro trabalho de “formiguinha”, de modo que pouco a pouco, todos os dias, metódica e sistematicamente, eram remetidos valores ao exterior.

Além de evadir divisas do país, através do transporte físico de dinheiro fracionado em notas de pequeno valor para a Bolívia, realizavam também diversos depósitos no Banco Western Union, no valor de R$ 5 mil.

Uma outra estrutura familiar fazia parte do grupo criminoso. Oldack Alexandre, sua mãe Rosymeire Alexandre e sua irmã Fernanda Alexandre se associaram ao casal Cardoso na lavagem e evasão de recursos do país. Fernanda se apresentava como estudante de medicina na Bolívia. Mesmo assim, apenas no período de 1º de março de 2018 a 08 de junho de 2018, ela movimentou R$ 7,2 milhões. Já Oldack movimentou, entre 1º de setembro de 2018 e 11 de março de 2019, R$ 10,4 milhões, valor incompatível com a renda mensal declarada de R$ 4.370,75.

 

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