Menu
sexta, 26 de abril de 2024
Senar - Agrinho 2024
Andorinha - Novos Ônibus - Agosto 2023
Geral

PMA intensificará campanha para orientar pescador sobre o rigor da lei do dourado

19 janeiro 2019 - 09h50

A Polícia Militar Ambiental (PMA) fará uma nova abordagem em suas ações de fiscalização e combate à pesca predatória, recorrendo aos recursos da informação online e divulgação da Cartilha do Pescador atualizada para orientar os pescadores profissionais e amadores em relação à Lei nº 5321, que proíbe a captura do dourado durante cinco anos.

A corporação pretende intensificar a campanha educativa no período que antecede ao fim da piracema (28 de fevereiro), por meio do portal do Governo do Estado e das unidades distribuídas por 23 municípios, conscientizando e alertando as comunidades ribeirinhas e os pescadores das mudanças na legislação e do seu rigor quanto à multa mínima (R$ 2,7 mil) para quem descumpri-la. 

A Lei nº 5321, sancionada no dia 11 de janeiro pelo governador Reinaldo Azambuja, proíbe pelo prazo de cinco anos a captura, embarque, transporte, comercialização, processamento e a industrialização da espécie dourado nos rios de Mato Grosso do Sul. O infrator, além cumprir pena por crime ambiental, de um a três anos, pagará multa administrativa que pode chegar a R$ 100 mil.

Conforme o tenente-coronel, Idenílson Queiroz, do setor de Comunicação da PMA, a moratória decretada à pesca do dourado não muda os padrões da fiscalização de rotina ou as operações especiais, nos rios ou nas barreiras em rodovias, alterando apenas o encaminhamento das autuações. “O pescador tem respeitado muito as normas, a questão é orientá-lo sobre a nova lei”, explicou.

Apenas pesque-solte

O peixe dourado, encontrado nas bacias dos rios Paraguai e Paraguai, em Mato Grosso do Sul, costuma dar saltos espetaculares ao ser fisgado, por isso é uma das espécies prediletas de quem pratica a pesca. Devido a essa procura pelo “Rei do Rio”, a lei criada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Reinaldo Azambuja permite o pesque-solte, estimulando a pesca esportiva.

Para os especialistas, essa modalidade de pesca, já praticada em Corumbá, onde a captura do dourado está proibida desde 2011, atrairá mais pescadores amadores e contribuirá para a preservação da espécie e fomento do turismo pesqueiro responsável nos rios do Estado. Em Corumbá, um dos principais polos de pesca do Pantanal, o trade turístico já percebe um aumento de pescadores.

“O pescador vibra quando fisga um dourado, mas não quer levar o peixe”, afirma Joice Santana, dona de uma operadora de turismo na cidade. “Realizamos pesquisas com os grupos que nos visitam e é unânime a aceitação do pesque-solte para o dourado”, acrescentou. “De uns anos para cá temos percebido a maior presença do dourado nos nossos rios”, sustenta a empresária.

Além do pesque-solte, a Lei nº 5321 permite a captura da espécie para o consumo dos pescadores profissionais e os exemplares criados em cativeiro.

Novo perfil da pesca

Autor da lei, o deputado estadual Beto Pereira se baseou em estudos para propor a moratória do dourado. “A proibição da captura e comercialização não influenciará na renda dos pescadores profissionais. De acordo com dados do Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), esse peixe é o oitavo na lista de espécies comercializadas no mercado local”, observou.

De acordo com o relatório do Sistema de Controle de Pesca, emitido pela Embrapa, Imasul e Policia Militar Ambiental, cardumes do dourado encontrados nos rios da Bacia do Alto Paraguai, que compreende a Região do Pantanal, caiu drasticamente em 20 anos, reflexo da pesca predatória. Em 1994, foram 50 toneladas pescadas. Em 2014, retiraram menos de 10 toneladas do peixe.

Para o biólogo Thomaz Lipparelli, consultor ambiental e especialista na área ictiológica (estudo dos peixes), o dourado, topo de cadeia, é uma espécie muito visada pela pesca amadora e igualmente menosprezada pelo pescador profissional, do ponto de vista econômico. A nova lei, na sua avaliação, vai mudar o comportamento sobretudo do pescador amador, transformando-o em esportivo.

“Tecnicamente falando, a lei é extremamente relevante e vem ao encontro das iniciativas mundiais pela conservação dos predadores de cadeia”, diz ele. “Pelo lado econômico, não tenho dúvidas quanto aos benefícios. A medida vai atrair mais pescadores esportivos ao Pantanal, os quais hoje estão indo para a Argentina, onde também existe lei restritiva ao dourado”, apontou.

Deixe seu Comentário

Leia Também

TCE-MS
Seminário debate planejamento orçamentário para primeira infância em MS
Enem dos Concursos
Mato Grosso do Sul terá 53 locais de aplicação de provas do Concurso Público Nacional
Plantão
Homem é ferido por faca no pescoço
Abril Laranja
Feira de domingo terá blitz educativa contra maus-tratos a animais
Novas Regras
IPVA terá limite de parcela única e melhores condições para quitar débitos
Tempo
Fim de semana deve ser de tempo estável e com máxima de 37°C
Corumbá segue com clima quente e altas temperaturas
Em Miranda
Homem é preso por pesca sem licença e uso de petrechos proibidos
Administração
Taxa de Atividade de Ambulante, Eventual e Feirante pode ser parcelada em 3 vezes
Flagrante
Brasileiro é preso com 4kg de Skunk em ônibus que seguia para Campo Grande
Pesquisa
Uma em dez famílias enfrenta insegurança alimentar moderada ou grave

Mais Lidas

No Cristo Redentor
Marido agressor morre em confronto com a Força Tática
Homem teria sacado arma para policiais que revidaram a ameaça com disparos
Convênio
Riedel recebe novo comandante do 6º Distrito Naval de Ladário e renova parcerias com a Marinha
Terenos
Motociclista ultrapassa carreta e morre em colisão na BR 262
Esclarecimento
Ladário diz que advogada só recebe os 12 milhões se ganhar a causa