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PMA e instituições debatem caça da onça pintada e proteção a rebanhos

05 abril 2016 - 09h29Redação
Acontece hoje (5), às 10h30, uma reunião no Quartel da Polícia Militar Ambiental em Campo Grande (MS) para tratar de problemas referentes a caça, ceva para turismo e outras questões relativas à onça-pintada no Pantanal. Participam da reunião o Comando da PMA, técnicos do Instituto Homem Pantaneiro, representado pelo seu presidente e fundador Coronel Ângelo Rabelo e o médico veterinário e o pesquisador, Diego Viana. Além dos representantes do Estado, participa também o médico veterinário Rafael Hoogesteijn, referência mundial em pesquisa com a onça pintada que há mais de 30 anos, com dedicação à elaboração de estratégias de manejo de fazendas pecuárias e problemas de predação por felinos no rebanho. O veterinário representa a Fundação Panthera Brasil. A reunião tem como objetivo a elaboração de estratégias para o combate de grandes ameaças para a sobrevivência da onça-pintada no bioma Pantanal, como a retaliação de fazendeiros devido a predação do rebanho, o turismo de caça, aspectos culturais e os crescentes casos de ‘’ceva’’ que influencia negativamente no comportamento da espécie. Com a ceva, ao invés de evitar a presença do homem, comportamento normal da espécie, a onça o associa com alimento e assim, se aproxima, podendo causar conflitos. Por ser classificada como um predador de topo de cadeia alimentar, a onça-pintada tem importância vital para a manutenção do ecossistema onde vive,           controlando as populações de todas as suas presas, evitando excessos populacionais, eliminando indivíduos velhos, doentes e potenciais transmissores de patógenos para populações de animais selvagens, animais domésticos e até dos seres-humanos, nas áreas onde vive. Os carnívoros predadores influenciam diretamente na população dos mamíferos herbívoros e estes se alimentam das espécies vegetais, que por sua vez influenciam na distribuição de polinizadores, aves e insetos. Essa influência direta em todos os níveis da cadeia alimentar, e consequente manutenção do ambiente em que vivem, faz com que a conservação da onça-pintada, e de outros grandes felinos espalhados pelo mundo, seja um importante mecanismo para a manutenção da estrutura das florestas e da vida no planeta. No Pantanal e em outras planícies alagáveis, propriedades onde foram realizados projetos de pesquisa voltados para a preservação da onça-pintada e consequentemente a diminuição do número de animais domésticos perdidos devido à predação, a porcentagem de bovinos predados chegou a ser de menos de 1% do total de cabeças existentes na propriedade no ano de 2004, porém a média de perda anual nas propriedades pantaneiras gira em torno de 1 a 3 % de todo o rebanho. Outro fator importante a ser observado é a percentagem das mortes causadas por onças-pintadas em relação ao número total de mortes, estudos realizados na Venezuela mostraram que em propriedades bem-manejadas do ponto de vista da pecuária e que mantinham boas populações de espécies silvestres, cerca de 6% do total de mortes eram causadas pela predação, enquanto que em propriedades mais desmatadas que sofreram maior pressão agrícola, o valor de perdas oriundas da predação chegou a ser de 31% em relação ao total de mortes no rebanho. Com relação às perdas econômicas causadas pela onça-pintada na cadeia produtiva da pecuária, várias pesquisas estão sendo realizadas desde a década de 80 e apontam que a falta de manejo adequado na produção que envolve aspectos como: ausência de temporada de monta, planos sanitários, diagnóstico de gestação, registros de nascidos e mortos, é a realidade na maioria das fazendas localizadas no Pantanal e em outras áreas alagáveis, mantém os índices produtivos das propriedades muito abaixo de seus verdadeiros potenciais, principalmente na época da prenhez e desmame. Várias alternativas estão sendo testadas com sucesso pelos especialistas na tentativa de diminuir os casos de predação, alternativas como: impedir a caça indiscriminada e oportunista das onças, proteger e aumentar as populações viáveis de presas silvestres, reintrodução de espécies que são presas naturais dos felinos quando necessário, uso de cercas elétricas em invernadas de paritórios, uso de sinos em bezerros, uso de luzes e detectores de movimento, cercar regiões de mata de galeria, introdução do gado pantaneiro (touros) ou de búfalos principalmente nos rebanhos de vacas prenhes e bezerros, entre outras. Preservação O Instituto Homem Pantaneiro – (IHP), que organizou a reunião com o Comando da PMA, foi criado em 2002 na cidade de Corumbá Estado de Mato Grosso do Sul. É uma organização de direito privado, sem fins lucrativos, que tem como missão “preservar e conservar o Pantanal, resguardando as características físicas, biológicas e culturais, através do fomento à geração de conhecimento por pesquisas científicas e incentivo às parcerias institucionais”. Dessa maneira, o IHP contribui para a conservação desse bioma através da gestão de áreas protegidas aliada ao desenvolvimento da pesquisa científica e parcerias, sendo uma instituição com âmbito local e regional, preparada para receber, executar e produzir conhecimento científico na Serra do Amolar, onde atualmente atua e em todo o Pantanal. A outra instituição que propõe a parceira é Panthera Brasil, fundada em 2014. Trata-se de uma organização brasileira sem fins lucrativos que visa à conservação dos felinos selvagens. A missão da Panthera é garantir o futuro dos felinos selvagens através de liderança científica e ações globais de conservação.

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