O planejamento como base para a gestão pública, do modo como está sendo feito em Mato Grosso do Sul, soa como música aos ouvidos dos empresários. Isso porque é raro que as lideranças do governo – chefe do Executivo e secretariado – sentem na mesma mesa para planejar as ações de Governo, a partir de um método estruturado e que aponta para a eficiência e integração da administração pública, tal como acontece no Estado.
A declaração é do presidente executivo do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Cláudio Gastal, avaliando que os procedimentos implementados para dar mais eficiência às ações do Governo podem consolidar o Estado como um bom local para investimentos. Gastal atua como assessor na consolidação do modelo de gestão para resultado, que contempla o planejamento, a execução e o monitoramento dos contratos de gestão das 13 secretarias e da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Pactuado entre secretários e governador no início deste ano, o contrato de gestão estabelece obras, melhoria de serviços públicos, aprimoramento das estruturas do Estado e realizações prioritárias de cada pasta para o exercício de 2016.
O objetivo é adequar a gestão pública ao modelo de estado-empresa, tornando mais eficientes as realizações e estabelecendo procedimentos que atendam aos anseios da sociedade. “O Contrato de Gestão permite ter claro quais as prioridades de cada área e contribui para maior eficiência nas entregas das demandas à sociedade”, avalia o secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, a quem coube a responsabilidade de coordenar esse processo de profunda mudança cultural no Estado.
Gastal considera fundamental a participação do governador Reinaldo Azambuja, que acompanha o desempenho de cada pasta em relação ao que foi proposto nos contratos. “Todo processo precisa de uma liderança e a reunião do governador com os secretários mostra que ele tem essa liderança e que a desdobra, formando uma rede”, avalia o consultor, que participou de reunião de monitoramento coordenada por Azambuja.
Assessorando projetos de reformas estruturais em 19 estados brasileiros, Gastal avalia que o ‘estado’ brasileiro, nas suas três esferas, há muito tempo perdeu a capacidade de trabalhar no médio e longo prazo, deixando de ter atitudes preventivas, metas e indicadores. Essa crise na gestão pública aumenta ainda mais a urgência e a importância de utilizar a planificação. “É o que permite ter o sistema na mão, para não ser apenas reativo. As lideranças públicas, na maioria das vezes, reagem aos problemas que batem na sua porta ou que vêm pelo jornal”, lamenta.
O governo, afirma, é a maior empresa de um estado. Pela complexidade das ações que compreende, sua eficiência depende da criação de sistemáticas para a solução de problemas, o que implica em sair do atropelo do cotidiano. “Uma reunião daquelas (entre o governador e os secretários) é tudo o que nós queremos. É isso que a sociedade espera e que vai alicerçar serviços públicos com maior eficiência e qualidade”.
Passado o processo inicial de planejamento, Mato Grosso do Sul entra na fase de garantir a concretização das entregas (execução), o que requer continuidade e persistência. “O grande desafio é não perder a disciplina do método, de monitorar, e acompanhar, pois o que ganha o jogo na gestão é a capacidade de execução”, afirma Gastal.
O caminho para que o planejamento atinja o maior percentual de entregas efetivadas, conclui o presidente do MBC, passa pela governança e pela capacidade das lideranças de avaliar, dirigir e monitorar o caminho a ser seguido. “Tenho muito orgulho e satisfação de acompanhar Mato Grosso do Sul, um estado que, se perseverar, será um grande case de eficiência na administração pública”, avalia.