Celebrado nesta segunda-feira, 5 de setembro, o Dia da Amazônia é lembrado com muita preocupação pelos recentes recordes de desmatamento. Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto Imazon apontam que de agosto de 2021 a julho de 2022, foram derrubados 10.781 quilômetros quadrados de floresta, uma área equivalente a sete vezes a cidade de São Paulo. O desmatamento, que aumentou 7% em comparação ao mesmo período do ano passado, é considerado o maior nos últimos dez anos.
Philip Martin Fearnside, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) defende que o desmatamento na Amazônia precisa ser parado, e não apenas o desmatamento “ilegal” ou o desmatamento “líquido”, calculado pela diferença entre a área total desmatada e a área de floresta recuperada. “Além da necessidade de manter a biodiversidade e os povos tradicionais na região, a floresta amazônica tem um papel vital para o Brasil por reciclar a água. Uma parte da água que chega a São Paulo, por exemplo, vem das zonas úmidas mantidas pela floresta e chega pelos ventos conhecidos como “rios voadores”. Essa água é essencial para manter as metrópoles naquele lugar, além de manter atividades agrícolas em uma boa parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste”, explica.
O pesquisador, que também é membro da Academia Brasileira de Ciências e segundo cientista do mundo em citações sobre aquecimento global (Thomson-ISI), salienta que o desmatamento também contribui para o aquecimento do planeta. Ele afirma que o Brasil, que já sente os primeiros impactos das mudanças climáticas, provavelmente será um dos países mais afetados. “É um quadro realmente muito preocupante. Por isso, ações de indivíduos e da sociedade organizada são essenciais para qualquer mudança. Além de ações conscientes para minimizar o impacto ambiental no cotidiano, os indivíduos também podem influenciar as decisões tomadas pelos governos e pelas empresas”, ressalta Fearnside.
As áreas de florestas destruídas nos últimos dois anos na Amazônia chegaram a 21.257 quilômetros quadrados, quase o tamanho do estado de Sergipe. Os dados do Imazon também apontam que essa foi a quarta vez seguida em que a devastação atingiu o maior patamar desde 2008, quando o instituto iniciou o monitoramento com o SAD.
Sobre a Rede de Especialistas em Conservação da Natureza
A Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) reúne cerca de 80 profissionais de todas as regiões do Brasil e alguns do exterior que trazem ao trabalho que desenvolvem a importância da conservação da natureza e da proteção da biodiversidade. São juristas, urbanistas, biólogos, engenheiros, ambientalistas, cientistas, professores universitários – de referência nacional e internacional – que se voluntariaram para serem porta-vozes da natureza, dando entrevistas, trazendo novas perspectivas, gerando conteúdo e enriquecendo informações de reportagens das mais diversas editorias. Criada em 2014, a Rede é uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Os pronunciamentos e artigos dos membros da Rede refletem exclusivamente a opinião dos respectivos autores. Acesse o Guia de Fontes em www.fundacaogrupoboticario.org.br
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