O dinheiro era pouco – as últimas economias da família, que havia acabado de sobreviver a um terremoto. Mas o valor foi o suficiente para comprar uma passagem e cruzar o oceano até o Brasil.
“Eu fazia faculdade na República Dominicana, era particular, minha mãe pagava para mim, mas ela não tinha mais condições de pagar. Como eu sabia dessa imigração intensa, minha mãe decidiu comprar a passagem para eu vir e também o visto, que custou US$ 200”.
Quem conta a história é Wadner Abfalon, 29 anos, que é haitiano, mas mora em Mato Grosso do Sul desde 2014. Ele diz que a escolha de sua mãe em ajudá-lo a vir para o país tropical foi por “dois motivos: primeiro trabalhar, segundo para concluir minha faculdade de Letras, que era muito importante para ela”.
Abfalon é um entre tantos estrangeiros que, seja por questões econômicas seja políticas, escolheram o Brasil como destino e, dentro dele, Mato Grosso do Sul.
Com 1,5 mil quilômetros de fronteira seca com Bolívia e Paraguai e após endurecimento da política migratória do Chile, o Estado virou porta de entrada de estrangeiros. Somente até julho deste ano, 71.761 pessoas ingressaram no Brasil por MS. Em todo 2017, foram 99.104 imigrantes, segundo dados da Polícia Federal.
A maioria vem de países vizinhos, como Paraguai e Bolívia, ou ainda de nações sem perspectiva diante da escassez de postos formais de trabalho e da miséria que os assola de forma crônica, como no caso de Venezuela, Síria, Colômbia e Haiti, que desde 2010 tenta se reerguer do terremoto.
“É uma esperança pra gente. Aqui eu me tornei professor, consegui trabalho, conquistei minha família. A gente vem mesmo para trabalhar, em busca de oportunidades, mas nada é fácil”, conta Wadner, que atualmente dá aulas de Francês num projeto da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e, nas horas vagas, ensina Português aos conterrâneos.
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