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Mãe e secretaria de saúde apresentam versões diferentes sobre o óbito do bebê na Santa Casa

28 julho 2022 - 09h25Gesiane Sousa

As versões apresentadas pela mãe do pequeno Ravy Luiz de Arruda Aldama, de dois meses de vida, que morreu na Santa Casa nesta segunda-feira (25), são totalmente diferentes. De um lado, a mãe acusa o hospital de negligência médica e do outro, a Secretaria de Saúde do Município, afirma que Ravy foi prontamente atendido e que teve acesso a todos os recursos possíveis.  

A família denunciou o caso ao Ministério Público, que já ouviu o pai da criança e algumas testemunhas. A assessoria de imprensa da prefeitura, informa que a pedido do Prefeito Marcelo Iunes, o caso está sendo apurado e que uma sindicância pode ser aberta.  

O Capital do Pantanal organizou os relatos de ambas as partes: 

A família: 

  • Evelyn explica que Ravy deu entrada na Santa Casa pela primeira vez, na segunda-feira (25), com tosse, mas estava bem. No hospital, o médico disse ter detectado uma pequena mancha no pulmão de Ravy, mas que não era preocupante, pois ele já estava sendo medicado. A família poderia então retornar para casa.  
  • No final do mesmo dia, Ravy começou a ficar roxo e a mãe imediatamente foi levada por vizinhos do bairro Padre Ernesto Sassida até o quartel dos Bombeiros, que realizaram manobras de reanimação e em seguida os levaram para o Pronto Socorro.  
  • Segundo a mãe, chegaram no hospital bem na hora da troca do turno, pouco depois das 18h. Ela explica que na recepção, o preenchimento das fichas demorou muito, ela gritava que o filho estava morrendo, porém o funcionário dizia que sem a ficha preenchida o bebê não teria atendimento.  
  • Daí em diante Evelyn relata os piores momentos de sua vida, quando viu com seus próprios olhos, seu bebê morrer aos poucos. “Os médicos achavam que ele havia se engasgado com leite e eu expliquei que ele não havia mamado”. A mãe explica que o bebê foi colocado em uma maca no corredor e recebeu um cilindro de oxigênio, que segundo ela estava em uma máscara de adulto, não ficando afixada corretamente no rosto da criança.  
  • Evelyn diz: "Eu gritava para os enfermeiros que meu filho estava morrendo, que os bombeiros tinham acabado de reanimar ele e que precisava de atendimento, mas não deram importância, deixaram meu filho morrer no corredor". O desespero da mãe era tanto, que a equipe do hospital teria acionado a polícia para "conter" a mãe e familiares no local.   
  • Evelyn lembra o quanto suplicou pelo atendimento. "Fui ignorada, falaram que já haviam solicitado vaga na pediatria e que eu precisava esperar. Eu suplicava, falava que meu filho iria morrer, mas elas diziam que era normal, que bebê chorava mesmo. Só depois que viram que meu filho já estava morto, foi que tentaram fazer algo, que dava tempo, dava tempo, mas não deu".  

A Secretaria de Saúde: 

  • A pasta municipal afirma que “às 18h45, a criança chegou ao Pronto Socorro, foi imediatamente encaminhada para a Sala de Emergência, apresentando cansaço, dispneia e saturando 92 em ventilação ambiente. Foi utilizado oxigênio em máscara infantil, realizado exame de Raio-X (momento no qual foi feito o registro fotográfico que circula na internet), coletado RT-PCR para Covid-19, no qual o resultado foi POSITIVO, e acesso venoso para medicação”. 
  • “Às 19h o bebê foi inserido no sistema do Núcleo de Regulação Hospitalar na solicitação de vaga para internação pediátrica”.  
  • “Às 19h35, a criança teve uma parada cardiorrespiratória e foi entubada. A equipe tentou reanimá-la inúmeras vezes, sendo que quatro médicos prestaram assistência, porém sem sucesso, infelizmente” 
  • “às 20h10, o óbito foi constatado por insuficiência respiratória, choque e cardiopatia cardiogênica. Ressalta-se que a criança esteve o tempo todo sendo assistida pela equipe médica e de enfermagem, e que todos os protocolos foram seguidos. A criança esteve a todo momento acompanhada pela mãe".  

Dúvidas na casa da morte 

No documento do óbito, emitido pelo hospital, a causa da morte foi atestada em decorrência de problemas cardiorrespiratórios acostado a uma suposta cardiopatia congênita. A família questiona. “Meu marido ficou a manhã toda no hospital tentando pegar o atestado de óbito, ninguém queria liberar, porque ninguém queria se responsabilizar pela morte do meu filho. Quando o laudo saiu alegaram que ele teve uma parada respiratória por causa de um problema cardíaco. Quando ele nasceu fizemos exames em uma clínica particular e o resultado foi de que meu filho tinha o coração normal, saudável”, explica a mãe. 

 

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