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Intercâmbio Brasil-Bolívia promove troca de experiências entre estudantes

17 junho 2016 - 11h49Redação
Em uma viagem feita por alunos do curso de veterinária da Universidade de Aquino da Bolívia (Udabol), realizada com o apoio da Embrapa Pantanal até a Escola de Bodoquena (unidade da Fundação Bradesco localizada em Miranda, MS), seria de se esperar que os estudantes estrangeiros demonstrassem o maior grau de curiosidade entre os presentes. Porém, o interesse das crianças e adolescentes matriculados na Fundação pelo grupo de visitantes era tão grande que rivalizava com o dos alunos da fronteira: cumprimentos, sorrisos e muitas conversas em "portunhol" marcaram a integração realizada entre as instituições. Na última semana, cerca de 40 universitários bolivianos viajaram até a cidade sul-mato-grossense para conhecer um pouco do trabalho realizado no curso técnico em agropecuária ministrado aos estudantes da Fundação. "Ao final do ensino médio, uma turma de 30 ou 40 alunos é selecionada para fazer o curso técnico, realizado por meio de um sistema modular. Os módulos que a gente oferta são produção animal, produção vegetal, agroindústria (abordando o processamento dessa produção) e gestão (administração rural e gerenciamento das propriedades)", afirma Vilson Carvalho, orientador profissional que coordena o curso. "Fazemos nosso trabalho em cima do protagonismo juvenil, uma coisa que faz falta no Brasil (...). A gente fica muito contente quando vê jovens trilhando um caminho com sonhos, expectativas", conta. Segundo Vilson, mais de 800 crianças e adolescentes estudam na instituição atualmente.  A formação técnica em agropecuária é uma oportunidade para inserir o jovem no mercado de trabalho, de acordo com o orientador. Aulas práticas Foi nesse contexto que conhecemos Fernanda da Silva, de 16 anos. Apesar da presença dos universitários estrangeiros, Fernanda não se intimidou quando o professor e médico veterinário Fábio Holney pediu a ela que demonstrasse aos visitantes como vacinar bovinos contra a febre aftosa. "Meus pais sempre moraram em fazenda. Quando meu pai ia trabalhar, eu ia com ele no campo, observava e ele me explicava como fazer algumas tarefas", diz. "Ainda não sei direito o que quero fazer da vida, mas penso em trabalhar na área". E, embora tenha gostado de receber os estrangeiros, Fernanda admite: é mais fácil lidar com os animais que com os visitantes. "Justamente pela questão da timidez. Você fica meio na sua! (risos)". Laís Acosta Flores, que tem 17 anos e também é aluna da Fundação, conta que leva para a família as informações que aprende na aula. "Como meu pai trabalha em um ramo da pecuária e sabe que faço o curso, ele me pede explicações, pergunta se fiz alguma coisa nova. Eu ensino o que sei e vou passando o conhecimento em casa". Quem também conseguiu aproveitar um pouquinho dos dados transmitidos durante a aula na Fundação foi a estudante da Udabol Melissa Queiroz, de 24 anos. Ela exercitou a técnica da palpação para identificar a gestação em vacas do rebanho. "Os alunos aqui têm onde praticar todo o tempo, têm vários animais com que podem aprender. É muito bonito", afirma. Ela diz que ações como essa a aproximam do trabalho que pensa em realizar quando se formar. "Gosto de lidar com animais maiores, como os bovinos. É praticando que se aprende". A orientação dos professores Fábio Holney, que supervisionou as atividades relacionadas ao manejo de bovinos de corte durante a visita, afirma que a troca de experiências é muito importante para enriquecer o aprendizado dos alunos – sejam brasileiros ou bolivianos. "Eles trazem um pouco das informações deles, a gente complementa com as nossas e com a realidade do nosso cotidiano, do manejo realizado por aqui. Para nós, essa troca é interessante, principalmente, para os alunos do curso técnico, que podem conversar com outros estudantes e discutir entre eles o trabalho realizado nos dois países", diz. "O trabalho desempenhado aqui, junto aos estudantes, é muito gratificante. São pessoas, em sua maioria, de origem humilde que realmente precisam de um direcionamento profissional". O pesquisador Frederico Lisita, da Embrapa Pantanal, também participou da visita para conversar com os alunos sobre o uso da bocaiuva, mandioca e moringa na alimentação de aves poedeiras – um trabalho de pesquisa desenvolvido por ele e pela pesquisadora Raquel Soares, da mesma instituição, em parceria com a Fundação Bradesco. Ele conta que a maioria dos estrangeiros conhecia apenas o uso da mandioca para essa finalidade e que as diversas propriedades da moringa foram novidade para eles. "A moringa é rica em alguns minerais, como o ferro e cálcio, por exemplo. Ela também é uma fonte muito importante de algumas vitaminas. A moringa tem sete vezes mais vitamina C que a laranja e quatro vezes mais betacaroteno que a cenoura, além de um teor de até 30% de proteína – uma proteína de alto valor biológico, com um balanço de aminoácidos bem parecido com o da proteína animal". Para Frederico, o contato entre pesquisadores e estudantes cria possibilidades para o aprimoramento das informações geradas pela pesquisa, aproveitando diferentes circunstâncias, ambientes e pontos de vista no processo. "É interessante que a pesquisa seja difundida para ser testada em outras localidades, para que mais pessoas a conheçam. Assim, podemos ter mais certeza do que fazemos. Quanto mais gente pesquisa, melhores são os resultados que obtemos".  

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