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Estradas do Pantanal em boas condições na cheia favorecem turismo e pecuária

13 julho 2018 - 08h27Kamilla Marques

O turismo e a atividade pecuária estão em franca movimentação no Pantanal da Nhecolândia, em Corumbá, onde a cheia atípica desse ano já começa a dar vazão e os campos surgem floridos e com oferta de alimentos para os bichos e o gado. A manutenção dos principais acessos rodoviários à região – as MS-184 e MS-228 -, pelo Governo do Estado, garante o fluxo de visitantes e o suprimento das fazendas, mesmo com áreas ainda inundadas.

Segundo o sindicato rural do município, a trafegabilidade nas rodovias, que se tornavam intransitáveis na enchente, manteve o calendário dos leilões realizados na região, permitindo a capitalização do produtor. O maior deles, o Novo Horizonte, comercializará cinco mil animais no dia 28 de julho. “Os leilões continuam porque o acesso não foi interrompido e existe transporte para os animais”, disse o presidente da entidade, Luciano Leite.

As duas rodovias de revestimento primário formam a Estrada-Parque, um dos principais destinos de ecoturismo de Mato Grosso do Sul. São 120 km, entre os entroncamentos da BR-262 com o Buraco da Piranha e o Lampião Aceso, com mais de 70 pontes de madeira sobre vazantes. A estrada ecológica integra unidade de conservação criada em 1993, e em sua borda se instalou uma bem estruturada rede de hotéis, pousadas, pesqueiros e áreas de camping.

Trafegar o ano todo

Com influência dos transbordamentos dos rios Taquari, Aquidauana, Miranda e Abobral, a região inunda mais cedo, em relação a cheia causada pelo Rio Paraguai, e o maior volume de água já baixou, período ideal para fazer turismo de observação de animais. Um passeio de carro pela Estrada-Parque é a oportunidade para presenciar uma onça-pintada cruzando a via.

É época de acasalamento e o felino, animal solitário, se expõe mais à procura do parceiro.

Para os criadores de gado, os impactos da cheia foram minimizados com as boas condições de tráfego. O presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Leite, afirmou que os serviços de manutenção contínua das estradas e pontes contribuíram para sustentação dos níveis de produção e comercialização, cuja queda nesse período, em decorrência da falta de acesso em anos anteriores, era significativa. “O transporte era um dos grandes gargalos”, apontou ele.

A Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) atua mensalmente nas MS-184 e MS-228, restaurando as vias ou reformando as pontes. Ao longo do único entroncamento de acesso à região, observa-se a qualidade da pista e das estruturas de madeira. O empresário de turismo e gestor da Estrada-Parque, João Venturini Junior, está preocupado com o excesso de velocidade e sugere a instalação de lombadas para evitar acidentes e mortes de animais.

“A estrada nunca esteve tão boa e as pessoas tem exagerado na velocidade”, diz ele. “Em outras épocas, tínhamos que contar com a sorte para chegar aqui quando chovia, hoje está às mil maravilhas, não temos o que reclamar”, acrescenta Venturini. “Estamos num período ideal para observação de animais, com a fartura de alimentos carreados pela cheia, e a estrada conservada nos permite oferecer e entregar o melhor ao turista”, completou.

Cheia é um atrativo

Pelo menos 30 km da MS-228, entre a Curva do Leque e Corumbá, estão ainda submersos com o transbordamento do Rio Paraguai no distrito de Porto da Manga, destino de pesca esportiva. A Agesul suspendeu o serviço de balsa no rio e os pesqueiros estão fazendo o translado de seus clientes por meio de lanchas até onde é possível chegar em carros traçados. As águas estão baixando, mas em alguns trechos atinge mais de meio metro acima da pista.

“A cheia não afetou o turismo, tem muito peixe e a água já baixou 30 centímetros”, comentou o empresário Evandro Mônaco. Essa semana ele cruzou a rodovia alagada em sua camionete para buscar combustíveis em Corumbá para seus barcos, percorrendo 120 km a mais do trajeto normal em período de seca. Ele contou que os pesqueiros montaram uma base de apoio no Rio Negro, próximo à Manga, para fazer o translado dos pescadores.

A concentração de água na MS-228 é um empecilho, contudo torna-se um ponto de atração para os observadores de bichos. Capivaras, cervos, porcos do mato e uma infinidade de aves, como tuiuiús, garças e cabeça seca, podem ser avistados, na pista ou nos banhados. O guia Paulo Henrique, 41, da Pousada São João (MS-184), explicou que a ocorrência de animais e bichos é maior nessa época do ano por conta da fartura de alimentos e ciclo reprodutivo.

“A onça-pintada anda agitada, dando esturros ao anoitecer, e os turistas tem visto ela com frequência na beira da estrada durante os safaris”, observa Paulo Henrique, que atua na área há 18 anos. A Estrada-Parque é uma das regiões do Pantanal com maior concentração de felinos e a Pousada São João, que tem atividade pecuária, participa de projetos de conservação da onça. “Aqui ela prefere o jacaré e a capivara ao boi”, diz João Venturini, proprietário.

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