Menu
quinta, 24 de abril de 2025
Andorinha - Vendas por WhatsApp
Andorinha - Novembro 2024
Geral

Em carta aberta, Lula fala em intimidade violentada e diz que espera justiça

18 março 2016 - 13h32Campo Grande News
O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva divulgou, na noite desta quinta-feira (17), carta aberta em que se posiciona sobre os acontecimentos dos dois últimos dias, como o desbloqueio do sigilo da Operação Lava-Jato, pelo juiz Sérgio Moro, e a suspensão de sua nomeação como ministro da Casa Civil, pelo juiz Itagiba Catta Preta Neto. No texto, Lula se mostra incorformado com a divulgação de suas conversas telefônicas e diz que espera justiça. Leia a carta aberta de Lula na íntegra: "Creio nas instituições democráticas, na relação independente e harmônica entre os Poderes da República, conforme estabelecido na Constituição Federal. Dos membros do Poder Judiciário espero, como todos os brasileiros, isenção e firmeza para distribuir a Justiça e garantir o cumprimento da lei e o respeito inarredável ao estado de direito. Creio também nos critérios da impessoalidade, imparcialidade e equilíbrio que norteiam os magistrados incumbidos desta nobre missão. Por acreditar nas instituições e nas pessoas que as encarnam, recorri ao Supremo Tribunal Federal sempre que necessário, especialmente nestas últimas semanas, para garantir direitos e prerrogativas que não me alcançam exclusivamente, mas a cada cidadão e a toda a sociedade. Nos oito anos em que exerci a presidência da República, por decisão soberana do povo - fonte primeira e insubstituível do exercício do poder nas democracias - tive oportunidade de demonstrar apreço e respeito pelo Judiciário. Não o fiz apenas por palavras, mas mantendo uma relação cotidiana de respeito, diálogo e cooperação; na prática, que é o critério mais justo da verdade. Em meu governo, quando o Supremo Tribunal Federal considerou-se afrontado pela suspeita de que seu então presidente teria sido vítima de escuta telefônica, não me perdi em considerações sobre a origem ou a veracidade das evidências apresentadas. Naquela ocasião, apresentei de pleno a resposta que me pareceu adequada para? preservar a dignidade da Suprema Corte, e afastei a direção da Polícia Federal, para que as suspeitas fossem livremente investigadas e se chegasse, assim, à verdade dos fatos?. Agi daquela forma não apenas ?porque teriam sido expostas a intimidade e as opiniões dos interlocutores. Agi por respeito à instituição do Judiciário e porque me pareceu também a atitude adequada diante das res?ponsabilidades que me haviam sido confiadas pelo povo brasileiro. Nas últimas semanas, como todos sabem, é a minha intimidade, de minha esposa e meus filhos, dos meus companheiros de trabalho que tem sido violentada por meio de vazamentos ilegais de informações que deveriam estar sob a guarda da Justiça. Sob o manto de processos conhecidos primeiro pela imprensa e só depois pelos diretamente e legalmente interessados, foram praticados atos injustificáveis de violência contra minha pessoa e de minha família. Nesta situação extrema, em que me foram subtraídos direitos fundamentais por agentes do estado, externei minha inconformidade em conversas pessoais, que jamais teriam ultrapassado os limites da confidencialidade, se não fossem expostas publicamente por uma decisão judicial que ofende a lei e o direito. Não espero, nem seria republicano esperar, que ministros e ministras da Suprema Corte compartilhem minhas posições pessoais e políticas. Mas não me conformo que, neste episódio, palavras extraídas ilegalmente de conversas pessoais, protegidas pelo Artigo 5o. da Constituição, tornem-se objeto de juízos derrogatórios ?sobre meu caráter. Não me conformo que se palavras ditas em particular sejam tratadas como ofensa pública, antes de se proceder a um exame imparcial, isento e corajoso do processo arbitrário e ilegal que levou ao vazamento ilegal de tais conversas. Não me conformo que o juízo personalíssimo de valor? se sobreponha ao direito. Não tive acesso a grandes ?estudos formais, como sabem os brasileiros. Não sou doutor, letrado, jurisconsulto. Mas sei, como todo ser humano, distinguir o certo do errado; o justo do injusto. Os tristes e vergonhosos episódios das últimas semanas não me farão descrer da instituição do Poder Judiciário. Nem me farão perder a esperança no discernimento, no equilíbrio e no senso de proporção de ministros e ministras da Suprema Corte. Justiça, simplesmente justiça, é o que espero, para mim e para todos, na vigência plena do estado de direito democrático."  

Deixe seu Comentário

Leia Também

Esporte
Inscrições para o Bolsa Técnico do Governo de MS estão abertas e seguem até 5 de maio
Cidade
Elinho pede reabertura da Praça SESI Pantanal no Bairro Maria Leite
Plantão
Emergências Clínicas são maioria no plantão dos Bombeiros
Tempo
Quarta-feira amanhece nublada com alerta de chuvas intensas
Corumbá e Ladário têm mínima de 23°C e máxima de 35°C
Política
MS está em luto de três dias por morte do papa Francisco
Artigo
A Sé Vacante e o Caminho para a Eleição do Novo Papa
Internacional
Funeral do papa Francisco será realizado sábado, anuncia Vaticano
Plantão
Bombeiros capturam três cobras nas últimas 24 horas
Tempo
Terça-feira amanhece com sol mas chuva pode cair no final da tarde
Corumbá e Ladário têm mínima de 22°C e máxima de 35°C
Religião
Moradora de Corumbá viaja para Capital em devoção à Carlo Acutis

Mais Lidas

Cultura
Devotos celebram o dia de São Jorge com oferendas e almoço à comunidade
Plantão
Bombeiros capturam três cobras nas últimas 24 horas
Cidade
Elinho pede reabertura da Praça SESI Pantanal no Bairro Maria Leite
Política
Casa da Mulher Brasileira em Corumbá é garantia de dignidade, diz Paulo Duarte