O ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido) e mais seis pessoas, entre elas o ex-presidente Lula e o pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, se tornaram réus, em decisão da Justiça Federal de Brasília, nesta sexta-feira (29), por tentarem obstruir a Operação Lava Jato. Eles são acusados de participar de uma trama para comprar a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Segundo informações divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo, foram denunciados ainda, o filho de José Carlos Bumlai, Maurício Bumlai, o banqueiro André Esteves, Diogo Ferreira Rodriguez, ex-assessor de Delcídio, Edson Siqueira Ribeiro Filho, que atuou na defesa de Cerveró.
O procurador da República no DF Ivan Cláudio Marx fez acréscimos à peça inicial para ampliar a descrição dos fatos e as provas que envolvem os acusados. O chamado aditamento é mantido sob sigilo.
Ao confirmar a denúncia, o procurador da República no DF Ivan Cláudio Marx fez acréscimos à peça inicial para ampliar a descrição dos fatos e as provas que envolvem os acusados.
O TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região ainda vai definir o juiz responsável pelo caso. Isso porque a denúncia tinha ficado com o juiz Ricardo Leite, que protagonizou polêmica na Operação Zelotes, mas a defesa pediu redistribuição porque a ele é responsável sobre casos envolvendo lavagem de dinheiro. Segundo a PGR, Delcídio e os outros acusados teriam atuado para comprar por R$250 mil o silêncio de Cerveró.
A PGR informou que o ex-presidente Lula teria sido atuante neste processo e, inclusive, “impediu e ou embaraçou investigação criminal que envolve organização criminosa, ocupando papel central, determinando e dirigindo a atividade criminosa pratica da por Delcídio do Amaral, André Esteves, Edson Ribeiro, Diogo Ferreira, José Carlos Bumlai e Maurício Bumlai”, e pede condenação de todos por obstrução da Justiça.
O investigadores analisaram e-mail, extratos bancários, telefônicos, passagens aéreas e diárias de hotéis. Ambos os citados negam a prática delituosa.
Defesas - A defesa do ex-presidebte Luiz Inácio Lula da Silva disse, por meio de nota, que não recebeu citação relativa a processo que tramita perante a 10a. Vara Federal de Brasília. Mas, quando isso ocorrer, apresentará sua defesa e, ao final, sua inocência será certamente reconhecida.
Segundo a defesa, Lula já esclareceu ao Procurador Geral da República, em depoimento, que jamais interferiu ou tentou interferir em depoimentos relativos à Lava Jato.
A acusação se baseia exclusivamente em delação premiada de réu confesso e sem credibilidade - que fez acordo com o Ministério Público Federal para ser transferido para prisão domiciliar.
Lula não se opõe a qualquer investigação, desde que realizada com a observância do devido processo legal e das garantias fundamentais.