No próximo dia 18 de agosto, uma comitiva composta pela presidente Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, pelo Ministro-Chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, e com apoio do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil, vai realizar a reunião de instalação do Comitê Técnico da Candidatura do Forte Coimbra, localizado em Corumbá (MS). No ano de 2016, o Iphan apresentou à Unesco a candidatura do Conjunto de Fortificações do Brasil a título de Patrimônio Mundial. São 19 edificações, fortes e fortificações, construídas entre os séculos XVI e XIX, localizadas em todas as regiões do país, testemunhos do histórico esforço para a ocupação, defesa e integração do território nacional.
O Forte de Coimbra, em Corumbá, foi o primeiro a ser erguido a partir de uma ordem da Coroa Portuguesa para a construção de fortificações militares em alguns pontos do rio Paraguai, a partir de 1775. Durante a Guerra do Paraguai (1864 a 1870), teve papel fundamental nas batalhas travadas, sendo fundamental para a consolidação da fronteira oeste do Brasil. Em 1974, o Forte Coimbra foi tombado pelo Iphan e, atualmente, é administrado pelo Exército Brasileiro, que tem como atrações a visita à parte alta da construção, de onde se observa o rio Paraguai ao lado de antigos canhões, além do passeio à vila de moradores e à gruta Buraco do Suturno.
O Comitê Técnico da Candidatura foi instituído pelo Iphan em maio de 2018 e no início deste mês a nomeação dos membros foi publicada no Diário Oficial da União. O comitê possui a atribuição de estabelecer as diretrizes, conceitos e ações para a elaboração do dossiê técnico referente à fortaleza para a candidatura, além de ser a instância de interlocução técnica local em relação ao Conjunto de Fortificações do Brasil a título de Patrimônio Mundial à Patrimônio Cultural da Humanidade.
Candidatos a Patrimônio Mundial
O Conjunto de Fortificações do Brasil, composto por 19 fortalezas e fortes situados em dez estados brasileiros, está entre os bens que integram a Lista Indicativa brasileira a Patrimônio Mundial da Unesco. O conjunto representa as construções defensivas implantadas no território nacional, nos pontos que serviram para definir as fronteiras marítimas e fluviais do País.
Implantadas pelos europeus no Brasil, as fortificações tiveram suas origens em um processo de ocupação do território de modo particular, diferenciado das outras potências coloniais. Baseava-se em um esforço descentralizado, oriundo de ações dos próprios moradores das diferentes capitanias que formariam o Brasil, sem uma maior intervenção da metrópole. Isso resultou na construção de centenas de fortificações, espalhadas por todo o território nacional, edificadas para atender mais a interesses locais do que os da metrópole.
A seleção inclui monumentos erguidos no território desde o início da colonização: Forte de Santo Antônio da Barra, Forte São Diogo, Forte São Marcelo, Forte de Santa Maria e Forte de Nossa Senhora de Mont Serrat (BA); Forte Coimbra (MS); Forte de Santa Catarina (PB); Forte de Santa Cruz, Forte São João Batista do Brum e Forte São Tiago das Cinco Pontas (PE); Forte dos Reis Magos (RN); Forte de Príncipe da Beira (RO); Forte de Santo Antônio de Ratones e Fortaleza de Santa Cruz de Anhantomirime (SC); Forte de Santo Amaro da Barra Grande e Forte São João (SP); Fortaleza de São José (AP); Fortaleza de Santa Cruz da Barra e Fortaleza de São João (RJ).
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