A comunidade indígena de Mato Grosso do Sul busca maior representação na política estadual, colocando cinco candidatos para disputar cargos de deputado estadual e federal, além de um representante ao Senado. Eles estão em diferentes partidos, mas ainda representam uma pequena parcela, em relação aos 535 candidatos registrados.
Pela primeira vez o Estado terá um candidato indígena ao Senado, se trata de Anísio Guató (PSOL), que já concorreu cinco vezes em outras eleições, mas nunca se elegeu para cargos públicos. Natural de Corumbá, foi escolhido para compor a chapa majoritária do PSOL, ao lado do candidato ao governo João Alfredo (PSOL).
Para disputa de deputado federal, o representante será Aguilera Guarani (MDB), que tem como história na política ter sido o primeiro vereador indígena de Dourados, um dos municípios com maior número de aldeias no Estado. “Para nossa comunidade é sempre um desafio, nós queremos participar da política, mais ainda o espaço é pequeno e as condições de campanha limitadas”.
Aguilera ponderou que desde quando era vereador faz este trabalho de “conscientização” junto aos indígenas, sobre a importância de ter representantes no legislativo. “Na minha pré-candidatura consegui visitar 30 aldeias e vou continuar este trabalho até a eleição”.
Para o legislativo estadual, existem três candidatos indígenas disputando as 24 vagas da Assembleia. São eles Danilo Terena (PHS), Dionédison Terena (PT) e Luzia Aquino (PHS), conhecida como “Índia”, que inclusive vai levar este nome para urna. As lideranças indígenas estipulam uma população de até 76 mil em Mato Grosso do Sul.
Representação – Em levantamento feito pelo Jornal Folha de São Paulo, revelou que os povos indígenas terão 130 candidatos, em 24 estados do Brasil. Tendo entre os destaques a candidata à vice-presidente da República, Sonia Guajajara (PSOL), dentro da chapa com Guilherme Boulos (PSOL).
Apesar do crescimento, ainda é uma parcela ínfima na eleição, representando 0,47% dos 27,5 mil candidatos. Segundo a reportagem nacional, ao menos 70 estão organizados em grupos pluripartidários, que inclusive leva o nome de “Frente Parlamentar Indígena”, com metas e ações coordenadas.