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Bolívia busca parceria com Embrapa Pantanal para desenvolver agroecologia

10 abril 2016 - 08h57Redação
Representantes de três instituições bolivianas buscam parceria com Embrapa Pantanal para desenvolver a agroecologia no Departamento de Santa Cruz de la Sierra. Uma primeira reunião ocorreu no início do mês com representantes da Secretaria de Desenvolvimento Produtivo do Governo de Santa Cruz, da FTE (Fundacion Trabajo Empresa) e da Sedacruz (Serviço Departamental Agropecuário de Sanidade e Inocuidade Agroalimentar de Santa Cruz). Os cinco visitantes foram recebidos pelas chefes geral e de Pesquisa e Desenvolvimento, Emiko Resende e Aiesca Pellegrin, respectivamente; pelo pesquisador Alberto Feiden, que atua na área de agroecologia, e pelo articulador internacional da Embrapa Pantanal, Ivan Bergier. Também esteve presente o diretor do campus local da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Edgar Aparecido da Costa, que é parceiro da Embrapa e de projetos desenvolvidos por Feiden. Alberto Feiden exibiu um vídeo em que demonstra a metodologia do intercâmbio de experiências. Trata-se de um encontro presencial entre assentados para que eles descrevam os problemas que enfrentam e as soluções que encontram em seu dia-a-dia. A metodologia é uma adaptação da "Campesino a campesino" [De agricultor para agricultor], desenvolvida na América Central. A produção de alimentos na região de fronteira já foi alvo de pelo menos uma dissertação de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Estudos Fronteiriços da UFMS. Alberto lembrou que há cerca de dez anos, grande parte das hortaliças consumidas em Corumbá vinha da Bolívia e de hortas urbanas. "Apesar de um certo conflito, essa dissertação [desenvolvida pela então assistente da Embrapa Pantanal Mirane Costa] revelou que havia um intercâmbio entre os dois países: brasileiros vendiam produtos bolivianos e vice-versa", contou o pesquisador. Ivan Bergier lembrou que a eventual parceria entre essas instituições contribui para a segurança alimentar bilateral e defendeu um mapeamento de mercado para esses alimentos. "Precisamos saber como essa produção vai se sustentar", afirmou. "Queremos que os agricultores da Bolívia vejam o que os brasileiros estão fazendo", comentou Luis Gonzalo Vasquez R., da secretaria de desenvolvimento produtivo. Rene Salomon Vargas, da FTE, lembrou que essa fundação já desenvolveu projetos em parceria com o Sebrae de Corumbá, de Campo Grande e mantém convênio com o Sebrae nacional. A fundação boliviana estimula negócios entre pequenos empreendedores e está envolvida no estímulo à agroecologia no país vizinho. Donato Montaño Vargas, responsável técnico da Sedacruz, disse que o serviço agropecuário do departamento almeja um programa que reduza o uso de agrotóxicos e padronize a produção orgânica de alimentos, tornando-os mais saudáveis. "Para isso queremos trabalhar em conjunto", propôs. Os participantes lembraram que, de cada dez maços de alface produzidos na Bolívia, entre seis e sete são vendidos em Corumbá. Essas instituições falavam em nome de cinco grupos de agricultores – cada um formado por uma média de 15 pessoas. Parte deles deve participar no dia 31 de maio, de uma atividade no assentamento 72, em Ladário, que será organizada a partir dessa visita. A UFMS se colocou à disposição para oferecer o transporte desses agricultores da fronteira até o local do evento, onde será desenvolvida mais uma etapa do intercâmbio de experiências.  

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