O autor confesso do homicídio qualificado (feminicídio) Edevaldo Costa Leite (31) da professora Nádia Sol Neves, de 38 anos, perseguia a ex-mulher com ligações telefônicas, no trabalho e teria agredido a vítima.
As informações constam no boletim de ocorrência registrado no dia 05/01/2015 e relata o drama da vítima à época que era perseguida pelo autor Edevaldo, os quais foram casados por 01 ano e 06 meses. Segundo o Boletim de Ocorrência o autor era muito possessivo e havia brigas constantes no casamento. A vítima chegou a pedir Medida Protetiva no registro do Boletim de Ocorrência, mas acabou sendo arquivado.
Stalking (perseguição obsessiva) ocorre nos casos em que o ex-namorado, companheiro, que podem configurar delito de Perturbação do Sossegou ou mesmo Ameaça.
O crime
O crime chocou a cidade de Corumbá nesta manhã de domingo, 10 de Março, dois dias após as comemorações do dia da Mulher. A professora Nadja Sol Neves, 38 anos, foi morta pelo ex-companheiro Edevaldo Costa, com 36 facadas, por volta das 07h30min, na casa da vítima, na Alameda Idalina, bairro Universitário.
Edevaldo, seguiu a professora após vê-la em companhia de amigos num pagode da cidade, e ficou de ‘espreita’ ate ela chegar em casa pela manhã. Após discussões, Edevaldo, pegou uma faca que estaria na janela do imóvel, e deu 36 golpes contra a professora porque ela pois fim a um relacionamento. Em seguida para fraudar o flagrante e escapar impune, ele foi se apresentou na delegacia de polícia civil.
Segundo o Delegado Fernando Araujo da Cruz Junior, que preside este inquérito policial, “mantive preso porque a vítima já estava morta e havia perseguição policial”. Fernando explicou que ele vai responder por homicídio com vários agravantes como o “feminicídio” (homicídio qualificado pena de 12 a 30 anos de cadeia), além disso, pode responder por outras qualificadoras como, motivo fútil, emboscada e traição. A lei Maria da Penha esta em vigor desde 2006 e crimes contra as mulheres continuam acontecendo porque os parceiros se recusam em perder e não aceitam que as ex parceiras tenham outro.
Depoimento
A Polícia Civil Edevaldo disse que viu a ex num pagode acompanhada de duas amigas e um homem. Ela saiu da casa noturna, ele foi atrás dela. Chegando na residência de Nadja, o carro dela estava estacionado, mas ela não se encontrava. Ele perguntou para vizinhos que afirmaram que a vítima deixou seu carro e entrou num outro, cuja às características do condutor batem com a do homem que estava no pagode. Ele ficou esperando ela chegar e partiu para a agressão com uma faca, que segundo o acusado, estava na janela. Nadja ainda tentou dizer para ele que estava grávida para que ele parasse com os golpes, as ele continuou até matá-la. Após perícia o delegado Fernando Araujo disse que a autopsia revelou que Nadja não estava grávida, “possivelmente tentou se salvar, apelando, mas não deu certo”.
Quanto a Edevaldo, ele tentou enganar a polícia se apresentando, mas acabou preso em flagrante delito (havia perseguição) e deve passar por audiência de custodia.
Nadja havia saído com amigas para comemorar o aniversário de 38 anos neste domingo (10), mas acabou morta tragicamente. Ela dava aula de Português nas escolas Pedro Paulo de Medeiros e Isabel Correa. A família estava fazendo uma 'vaquinha’ para custear o velório