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Após morte de indígena, Força Nacional vai atuar em área de conflito em MS

16 junho 2016 - 08h12Redação
O Ministério da Justiça vai enviar a Força Nacional ao município de Caarapó, em Mato Grosso do Sul, para “reforçar a segurança pública” após o assassinato de um indígena Guarani-Kaiowá na manhã de ontem (14). A decisão do ministro Alexandre de Moraes foi tomada após conversa com o governador do estado, Reinaldo Azambuja, que pediu o apoio da Força Nacional. “Moraes acompanhou com atenção o problema desde ontem, quando determinou rigorosa apuração dos fatos. A Força Nacional irá auxiliar as polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal, a fim de restabelecer a ordem pública e preservar a incolumidade das pessoas e do patrimônio. Atualmente, a Força já atua no Mato Grosso do Sul, na cidade de Ponta Porã, em apoio às ações de combate aos crimes fronteiriços”, informou o ministério em nota. Sindicato de fazendeiros “desconhece” assassinato Na contramão das notícias divulgadas ontem sobre a morte do indígena após uma ação de fazendeiros, o Sindicato Rural de Caarapó, divulgou nota em que diz “desconhecer” o ataque e a consequente morte do Guarani-Kaiowá e agente de saúde indígena Cloudione Rodrigues Souza, de 26 anos. “O Sindicato Rural desconhece que houve conflito entre indígenas e produtores rurais em Caarapó nesta terça-feira (14). Não tem conhecimento também de que o 'conflito' deixou o saldo de um índio morto e cinco vítimas internadas como sendo vítimas de produtores.” A entidade diz que foi contatada pelo proprietário da Fazenda Yvu, Nelson Buanin, no domingo (12). O fazendeiro, segundo o sindicato, pediu ajuda de produtores da região para “inibir a presença dos poucos índios que haviam na fazenda”. O sindicato alega que não foi comunicado sobre disparos de arma de fogo e que tomou conhecimento apenas do uso de fogos e bombas para dispersar os indígenas “com medo de retaliação ou reação” por parte destes. Os Guarani-Kaiowá ocupavam desde o último domingo o território chamado de Toropaso, dentro da Fazenda Yvu. Esse território, reivindicado pelos indígenas, foi identificado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) em maio como terra indígena, mas ainda não teve sua demarcação confirmada. O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e o Instituto Socioambiental (ISA) confirmaram o ataque e a morte de Cloudione com base em relatos de indígenas. De acordo com informações obtidas pelas duas entidades, os fazendeiros se aproximaram com caminhonetes, motocicletas e um trator e efetuaram os disparos, matando o agente de saúde indígena e ferindo outros.   Autoria Agência Brasil

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