Cantada em verso e prosa, a outrora símbolo de desenvolvimento da região fronteiriça com o vizinho país da Bolívia, a estação ferroviária de passageiros da antiga rede ferroviária federal, apresenta-se, hoje, como mostra do abandono e descaso com a população pantaneira.
Vale citar que, cidades de menor porte econômico e cultural, como Miranda e Aquidauana, também possuem prédios do mesmo uso em épocas atrás, com a diferença de que por lá, os mesmos estão conservados e em uso, mantendo a história e possibilitando ganhos econômicos para todos (iniciativa privada e governamental).
Já em Corumbá, há décadas, fala-se em restauração, recuperação, reforma etc, mas o que se vê é um olhar na contramão do “progresso” da Cidade Branca.
Hora e outra, muito se fala em implantação de projetos para o uso das instalações, mas a realidade atual é outra: abrigo para desocupados, dependentes químicos e depósito de lixo.
Apesar de não contar com representantes políticos com força para buscar recursos, o poder público municipal deveria ao menos entregar o mínimo de condições da população usar ou transitar pelo local.
Não seria demais uma “guaribada” no local, com serviços de pintura e reparos emergenciais das instalações elétricas e hidro sanitárias, além de esquema de segurança para disponibilizar os espaços à grupos privados, para exploração comercial como academias, lanchonetes, lojas de artesanatos e outras.
O resumo é: da forma que se encontra hoje, a estação ferroviária de passageiros, assim como diversos outros prédios na cidade, está proporcionando desalento ao povo pantaneiro e revolta à aqueles que, um dia, vibraram com um espaço arquitetônico moderno para a época, de alto valor sentimental, como simbologia da pujante história de Corumbá, que hoje está emoldurada pelo mato e pelo lixo.
* Foto de Renê Marcio Carneiro/PMC