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Queda brusca das criptomoedas deixa investidores desorientados

29 JUN 2022 • POR Redação • 08h00

Por um bom período, Jeremy Fong acreditou que a financeira norte-americana especializada em criptomoedas, Celsius, era o lugar perfeito para aportar suas participações no ativo digital, e assim lucrar uma boa grana a partir das taxas de juros que chegavam à casa dos dois dígitos. 

“Eu estava provavelmente ganhando 100 dólares por semana. Isso cobria as minhas compras de mercado”, disse Fong, que atualmente trabalha no setor aeroespacial na Inglaterra. No entanto, os ativos digitais de Fong, que somam 25% de sua carteira de investimentos, ficaram presos na Celsius, após a companhia congelar os saques dos seus 1,7 milhão de clientes na última semana, apontando que o mercado estava sofrendo com condições “extremas”. Sendo que o congelamento nos saques fomentou a liquidação que deu fim a bilhões de dólares do valor das moedas digitais em todo o mundo. 

As aplicações de Fong em criptomoedas de longo prazo, por exemplo, experimentaram uma queda de 30%. Com isso, o investidor relatou à Reuters que está se sentindo muito desconfortável com a situação e que seu primeiro instinto quando viu a queda brusca dos ativos foi de tentar sacar todo o seu dinheiro. 

No Brasil, as criptomoedas, principalmente o Bitcoin, vinham ganhando força nos últimos meses, e as moedas digitais já vinham sendo aceitas como alternativa de pagamento em diversos setores, inclusive em plataformas de palpites em eventos esportivos. As últimas, em território tupiniquim, são um sucesso absoluto, ainda mais entre os apostadores que já entenderam como funciona o Bet365, que mesmo não contando com as moedas digitais em seu hall de métodos pagamentos aceitos, oferece opções tão atrativas quanto, disponibilizando ainda promoções imperdíveis, como o bônus de boas-vindas e as odds aumentadas, que em caso de acerto nos palpites garantirão um bom retorno ao apostador.

Queda impressionante

Para entender a queda brusca no mercado de moedas digitais, é preciso levar em consideração que o setor já estava sob pressão a algum tempo. Além disso, com a inflação crescente e as taxas de juros cada vez maiores, boa parte dos investidores adotaram uma postura de aversão ao risco, evitando ativos com retornos incertos.

Dessa forma, no dia 18 de junho, pela primeira vez desde dezembro de 2020, o bitcoin foi negociado a menos de US$ 20 mil. Dito isto, a criptomoeda mais importante e famosa do globo acumulou uma desvalorização de 60% em 2022. Levando esses dados em consideração, o mercado de moedas digitais passou a ser avaliado em US$ 900 bilhões, uma redução recorde, já que em novembro de 2021 o setor valia US$ 3 trilhões.

Essa queda histórica das moedas digitais deixou investidores do setor desorientados e receosos em todo o mundo. Muitos deles estão com raiva de suas corretoras e afirmam que nunca mais irão aportar seu dinheiro em criptomoedas, mas outros como Fong desejam que o nicho tenha uma supervisão mais forte. 

Contudo, mesmo com o tombo, para alguns investidores o entusiasmo pelos ativos digitais não caiu nem um pouco. “Eu já vi múltiplos ciclos de mercado baixista até agora, então estou evitando qualquer reação brusca”, afirmou Sumnesh Salodkar, da Índia, que apesar da sua carteira de criptoativos ter apresentado algumas perdas, ainda conta com um saldo de investimentos positivo. 

Já para Halil Ibrahim Gocer, da Turquia, os diversos avisos de agentes reguladores em relação à volatilidade do mercado de moedas digitais se tornaram realidade. De acordo com o turco, os investimentos do pai, que anteriormente somavam US$ 5 mil, hoje não passam de US$ 600, após ele apresentar o setor das criptomoedas ao seu progenitor. 

Com esses pontos expostos, Fong que perdeu acesso ao seu dinheiro aportado na Celsius, pede por mudanças. “Um pouco de regulação seria bom…Mas creio que trata-se de equilíbrio. Se você não quiser muita regulação, é isso que você recebe”, disse o britânico.