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Natureza

Trabalho científico desenvolvido no Pantanal aborda a coexistência entre humanos e onças

Estudo defende que há limites para serem respeitados e é preciso praticar a racionalidade, com a ciência, para garantir a harmonia e a redução de acidentes e tragédias

12 maio 2025 - 09h34Gesiane S. Lourenço com IHP

O estudo global intitulado “Sixty Degrees of Solutions: Field Techniques for Human-Jaguar Coexistence”, que contou a participação de pesquisadores do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), defende que a coexistência entre o ser humano e a onça, principalmente a onça-pintada, é possível a partir do apoio do conhecimento científico para se implantar estratégias que possam reduzir o conflito.

O estudo, que buscou entender como ter o desenvolvimento dessa coexistência, aplicou teoria e prática para permitir o equilíbrio da conivência entre o ser humano e a vida selvagem. Há limites para serem respeitados e é preciso praticar a racionalidade, com a ciência, para garantir a harmonia e a redução de acidentes e tragédias.

Os pesquisadores John Polisar e RAFAEL HOOGESTEIJN lideraram o estudo mundial, que teve etapa sendo desenvolvida no Pantanal brasileiro. Pelo IHP, participaram da pesquisa a coordenadora técnica de projetos Grasiela Porfirio e o médico-veterinário Diego Viana, quando integrava a equipe.

“O artigo avaliou 248 propriedades rurais em 11 países, incluindo o Pantanal brasileiro. As propriedades variaram de pequenos sítios a grandes fazendas de pecuária extensiva, abrangendo terras privadas, terras comunitárias e territórios indígenas. O estudo analisou a eficácia de 11 tipos de estratégias para reduzir ataques de onças a rebanhos, como: melhoria do manejo do gado, uso de cercas elétricas, confinamento noturno de animais, instalação de luzes de dissuasão, uso de búfalos e cães de guarda, conservação de fauna nativa e aumento da vigilância. A publicação envolvendo diversos pesquisadores, de vários países do mundo, traze soluções práticas para o desafio de produzir em áreas com onças”, explicou Grasiela Porfírio.

De acordo com o estudo, foram identificados diferentes resultados:

  • Redução entre 60% e 100% nas perdas de animais quando as técnicas foram aplicadas corretamente.
  • Em 88% dos casos, o valor economizado foi maior do que o custo dos investimentos feitos pelos produtores.
  • Estratégias simples, como separar bezerros e utilizar cercas básicas, já mostraram grande eficácia.
  • A combinação de diferentes ações é a abordagem mais eficiente.

Esse trabalho científico contribui para reforçar o conhecimento de que é possível promover a coexistência segura entre pessoas e grandes predadores como a onça-pintada. Além de ser possível habitar um mesmo território, a pesquisa ainda identificou que a coexistência pode trazer benefícios tanto para a conservação da natureza quanto para a segurança e economia das famílias rurais. “Coexistir com a biodiversidade é um caminho necessário para um futuro mais equilibrado e sustentável”, apontou Grasiela Porfírio.

Para a região do Pantanal, o estudo identificou que as técnicas que surtiram efeito envolveram o uso de repelentes luminosos, cercas eletrificadas, sinais sonoros para animais domésticos, manejo em locais estratégicos com reserva de água, uso de guardas como burros e outros animais, proibição da caça à onça criação de corredores para manter presente a vida silvestre em uma área estratégica. Todos esses métodos foram utilizados de forma combinada, levando também em consideração características específicas de diferentes regiões pantaneiras.

A publicação integral do estudo pode ser consultada neste link, da editora de revistas científicas MDPI. Por conta de seu alcance global, instituições de renome, como o Departamento de Biologia de Oxford (Inglaterra), destacou o trabalho científico elaborado.

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