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Natureza

Pantanal ganha primeira base veterinária remota para fauna silvestre

15 outubro 2025 - 14h59Danielly Carvalho

O Pantanal passa a contar com a primeira base veterinária avançada em área remota do Brasil, criada para atender animais silvestres em situações de desastre ambiental, como incêndios florestais. Localizada na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Acurizal, na Serra do Amolar, a Base de Resgate Técnico Animal (Barta) é mantida pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP), com apoio de parceiros nacionais e internacionais.

A estrutura inédita foi idealizada após as queimadas de 2020, quando o IHP e instituições do Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap) perceberam a necessidade de uma resposta permanente e rápida diante das emergências ambientais. A licença de funcionamento foi emitida neste mês de outubro de 2025 pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).

Com caráter fixo e funcionamento regularizado, a Barta foi planejada para atuar no Pantanal sul-mato-grossense, especialmente na região do Alto Pantanal, onde o acesso é difícil e a diversidade de espécies é expressiva. O monitoramento realizado pelo IHP já identificou mais de cem espécies de animais no local, incluindo mais de dez ameaçadas de extinção.

A analista ambiental Franciele Oliveira, responsável técnica pela base, explica que a estrutura tem capacidade para oferecer atendimentos de emergência e aumentar as chances de sobrevivência dos animais afetados por incêndios e outros desastres.

“A Barta nasceu da dor e da urgência dos incêndios de 2020, quando o Instituto Homem Pantaneiro, junto com o Gretap e outros parceiros entenderam que era preciso uma resposta permanente à altura dos desafios da região. Hoje, ela representa esperança, compromisso e cuidado com a vida no coração do Pantanal. Poderá ser oferecida uma resposta rápida e qualificada à fauna afetada por desastres ambientais e sua principal função é realizar o atendimento emergencial e a estabilização clínica de animais silvestres e domésticos em situação de risco, garantindo socorro imediato dentro do próprio bioma, algo inédito no país, aumentando as chances de sobrevivência até o encaminhamento seguro ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) de Campo Grande (MS), quando necessitam de cuidados prolongados”, detalha Franciele.

Além do resgate, a base também tem papel importante na prevenção e promoção da saúde única, conceito que integra o cuidado com a fauna, o meio ambiente e as comunidades locais. O espaço servirá de apoio para ações de educação ambiental e capacitações práticas de resgate técnico animal, voltadas a veterinários, biólogos, brigadistas e moradores da região.

Em situações de emergência, as equipes do IHP realizam buscas ativas nas áreas atingidas pelo fogo, seguindo protocolos de resgate, contenção e atendimento clínico. Os animais são avaliados na própria base e, quando necessário, encaminhados ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande, para tratamento e acompanhamento. Todos os procedimentos são registrados e comunicados aos órgãos ambientais competentes, garantindo transparência nas ações.

A equipe multidisciplinar da Barta reúne veterinários, biólogos, técnicos ambientais e brigadistas, que atuam em conjunto no resgate e no atendimento clínico dos animais.

“A Barta representa um marco histórico na conservação e no cuidado com a fauna do Pantanal. Antes dessa unidade estar regulamentada, os resgates dependiam de longos deslocamentos até centros urbanos, o que reduzia drasticamente as chances de sobrevivência dos animais. Além de salvar vidas, a base fortalece o trabalho integrado entre resgate, ciência e educação ambiental”, explica Franciele.

A estrutura da base conta com salas de preparo, assepsia e estabilização, além de um almoxarifado veterinário, setor de esterilização e suporte técnico. Entre os equipamentos estão mesa de procedimento, foco cirúrgico, autoclave, cilindro de oxigênio, projetor de dardos, zarabatana, cambões, redes e caixas de transporte, que garantem condições adequadas de atendimento em campo.*Com informações da Assessoria do Instituto Homem Pantaneiro (IHP).

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