O resultado do estudo técnico de alto nível realizado pela Embrapa Solos, do Rio de Janeiro, em parceria com a Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), foi apresentado nesta quinta-feira (9), em reunião realizada no auditório da Famasul, em Campo Grande. O levantamento estudou mais de 3.500 amostras de solo em cerca de 3 mil pontos do Estado e, identificou que 65% da área total do Estado é considerada apta para atividades agropecuárias.
Com as informações coletadas, os pesquisadores puderam mapearam as zonas agroecológicas, a disponibilidade hídrica, as restrições e fragilidades ambientais e aptidão para a produção de diversas culturas, como arroz, trigo, milho, soja, aveia, girassol, amendoim, sorgo, cana-de-açúcar, entre outras.
Os dados apresentados pelos pesquisadores Sílvio Bhering e Cesar Chagas é o maior compilado de informações de solo do Brasil.
O estudo foi realizado em três etapas: Na primeira fase, 11 municípios foram pesquisados; na segunda, 22 municípios do Pantanal; e na terceira e última, mais 46 cidades. A planície pantaneira ficou de fora do zoneamento porque se trata de área de preservação ambiental.
Estudo foi apresentado por pesquisadores da Embrapa nesta quinta-feira (09), em Campo Grande. Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc Mato Grosso do Sul tem cerca de 234 mil quilômetros quadrados de área considerada apta para atividades agropecuárias, o que corresponde a aproximadamente 65% da área total do Estado. Dentre dessa percentagem estão relacionadas as áreas de zona agrícola, zona de pastagem e silvicultura e zona de culturas especiais com uso de drenagem.
Na porção restante estão toda planície pantaneira, zonas urbanas, zonas não recomendadas para agropecuária, unidades de conservação, terras indígenas, e zonas de conservação e restauração dos recursos naturais conforme determina o Código Florestal.
A chefe de pesquisa da Embrapa Solos, Cláudia Pozzi Jantalia falou da relevância da capacitação da assistência técnica.
"Este estudo, caracterizado por seu alto nível de detalhamento, representa um marco, pois resultou em Mato Grosso do Sul como o estado com o maior volume de dados sobre solos no Brasil. O objetivo da capacitação é habilitar os técnicos a repassar esse conhecimento aos produtores rurais. A iniciativa visa, portanto, garantir que a informação chegue ao produtor. Para isso, é fundamental que os técnicos compreendam a capacidade natural dos solos e seus processos de formação", enfatizou.
Rogério Beretta, secretário-executivo da Semadesc, destacou que zoneamento represneta uma grande segurança, porque tem as informações de aptidão para cada tipo de solo do estado.
"Mato Grosso do Sul tem hoje, como dito pelos próprios pesquisadores da Embrapa, a base de dados mais completa sobre os solos considerando o Brasil todo. Então isso dá para gente uma série de informações, desde a área ambiental, que vai permitir com que a gente saiba antecipadamente quais são as áreas de maior risco, de erosão, quais são as áreas mais suscetíveis à degradação, assim como também para o produtor", explica.
As amostras do zoneamento foram analisadas nos laboratórios da Embrapa Solos (RJ) e da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), em Piracicaba (SP). Os pesquisadores conseguiram identificar as propriedades químicas, físicas e biológicas de cada tipo de solo. Além de abrir diversos perfis de solo e realizar testes de infiltração de água, permitindo uma caracterização detalhada de cada região.
O zoneamento completo estará disponível em breve na plataforma tecnológica do PronaSolos, programa da Embrapa Solos sediado no portal do Ministério da Agricultura, com links pelos portais da Semadesc e do GovMS. Os dados também serão disponibilizados na plataforma MS em Mapas e em aplicativo, que permitirá o acesso off-line das informações, o que facilitará o trabalho dos técnicos a campo. *Informações da Semadesc
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O estudo realizado em MS é maior compilado de informações de solo do Brasil. (Foto: Canva)


