Vítima de câncer no pulmão, morreu nesta segunda-feira a atriz campo-grandense Aracy Balabanian, que estava com 83 anos. Ela estava internada na Clínica São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro.
A doença foi diagnostica em outubro do ano passado, ao passar por um tratamento para um derrame pleural, que causa acúmulo de líquido nos pulmões, Aracy descobriu dois tumores nos órgãos e desde então vinha se tratando.
Aracy Balabanian não era vista em um projeto inédito desde 2019, quando participou do especial de fim de ano da TV Globo A Magia Acontece. No ano anterior, ela fez uma aparição em Malhação:
Descendente de pais armênios que fugiram de conflitos regionais, eles fixaram residência em Campo Grande, onde nasceram Aracy e os sete irmãos. Parte da família reside na cidade até hoje e em na rua 26 de agosto tem até um teatro com seu nome.
Ainda adolescente, aos 15 anos, ela se mudou para São Paulo e entrou na vida artística, contrariando praticamente toda a família. Ela nunca casou e não teve filhos, pois optou por se dedicar integralmente ao teatro, televisão e cinema.
Ela estreou na TV ainda no começo da déca de 60 pela Tupi e seu pai só aceitou a opção profissional da filha mais de dez anos depois.
E por causa da sua dedicação total às artes, se tornou uma das maiores intérpretes do meio e criou personagens inesquecíveis como a idealista Violeta de O Casarão (1976), a sofrida Maria Faz-Favor, de Coração Alado (1980/81), a ardilosa Marta de Ti Ti Ti (1985/86) e a misteriosa Maria Fromet de Que Rei Sou Eu? (1989)
Deu vida ainda à excêntrica Dona Armênia das novelas Rainha da Sucata (1990) e Deus nos Acuda (1992/93), e aquela que talvez seja a sua mais marcante, a perversa e autoritária matriarca Filomena Ferreto, de A Próxima Vítima (1995).
Interpretou, em 2004, a personagem Germana, em Da Cor do Pecado, um dos personagens centrais da trama. Outro papel marcante é a Gemma Matoli, irmã do protagonista interpretado por Tony Ramos na novela Passione (2010/11).
Atuou poucas vezes no cinema e no teatro, pode-se ressaltar seus desempenhos em peças dirigidas por Ademar Guerra, como Hair, de 1968 e interpretando Clarice Lispector em Clarice Coração Selvagem, encenada em 1998.
Sai de Baixo
Sua personagem mais conhecida pelo grande público no teatro foi a socialite decadente Cassandra, no humorístico Sai de Baixo, gravado ao vivo do Teatro Procópio Ferreira de 1996 a 2002 para a Rede Globo.
Aracy declarou que no começo do programa, havia pedido para sair vendo que após extenso currículo de tragédias, não funcionava nesse papel cômico, acima de tudo por não segurar o riso diante dos colegas.
O diretor Daniel Filho então pediu para ela rir sempre que quisesse. O riso da atriz em cena se tornou marca registrada com o ator Miguel Falabella.
E foi justamente ele um dos primeios a lamentar morte. "E então você se foi, assim, nesse dia ensolarado, como são ensolaradas as lembranças que invadem a minha cabeça, num jorro incessante, ainda que meu coração esteja nublado. Minha amada Aracy, minha rainha, atriz de primeira grandeza, companheira irretocável, amor de muitas vidas. Obrigado pela honra de ter estado ao seu lado exercendo nosso ofício, obrigado pelo afeto, pelos conselhos, pelas gargalhadas e pela vida que você tão delicadamente me ofereceu. Consola-me saber que estaremos para sempre juntos em alguma reprise de uma futura sessão nostálgica. Te amo para sempre. Até um dia”, escreveu Falabella nas redes sociais.
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A atriz deixou Campo Grande ainda aos 15 anos, mas até hoje parte de seus familiares moram na cidade. Ela não teve filhos. (Foto: Reprodução TV Globo)


