Neste ano de 2025, a Expedição Pantanal, iniciativa executada pela Polícia Militar Ambiental de Mato Grosso do Sul e pelo Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (IASB), completou 10 edições. Presente desde as primeiras edições, o Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul (MPT-MS), participou levando assistência às comunidades mais remotas do bioma, com entrega de cestas básicas e macacões impermeáveis destinados às pessoas isqueiras, que somaram mais de R$ 140 mil. A Expedição também fez entrega de brinquedos, roupas, kits de higiene e mudas.
A distribuição desses suprimentos e a prestação dos serviços aconteceu entre os dias 11 e 21 de novembro, beneficiando nove comunidades, seis escolas públicas e uma público-privada na zona rural de Corumbá. As atividades alcançaram Porto da Manga, Albuquerque e Porto Esperança no tramo sul, além das comunidades Castelo, Paraguai Mirim, São Francisco, Porto Amolar, Barra do São Lourenço e Ilha Ínsua (aldeia Uberaba) no tramo norte, onde funciona a Escola Estadual Indígena Guató e que marcou o ponto final da missão. Muitas dessas comunidades visitadas se formaram no trajeto dos quase 300 quilômetros do rio Paraguai.
“Para nós, procuradoras e procuradores que trabalhamos nos processos, ter contato com esse resultado é extremamente gratificante e nos dá um sentimento de que estamos no caminho certo com as nossas ações. Vivenciar essa experiência junto à população ribeirinha, que é a principal beneficiária da atuação do MPT ao longo desses dez anos, através da destinação de macacões impermeáveis para melhorar as condições de trabalho dos catadores de iscas, é algo que me agregou pessoalmente e profissionalmente”, compartilhou a procuradora-chefe do MPT-MS, Cândice Gabriela Arosio, ao descrever sua primeira experiência de compor a equipe da expedição.
A entrega de 403 cestas básicas e de 79 macacões impermeáveis ocorreu em um período de baixa produtividade para as comunidades de áreas isoladas no Pantanal, quando muitos moradores interrompem a pesca e a catação de iscas vivas – como pequenos peixes chamados tuviras – em razão da Piracema, fenômeno de reprodução para diversas espécies de peixes. Essa ajuda foi essencial para famílias como a de Joana Batista Gomes, 53 anos, fundadora da primeira associação de moradores do aterro do Binega, que fica na Barra do São Lourenço.
“Esse macacão é muito importante para o nosso trabalho porque, desde que começamos a recebê-lo, não temos problemas de saúde como frieira, micose e picadura de cobra. Só temos a agradecer ao Ministério Público do Trabalho por mais essa conquista, que é um equipamento novo para trabalharmos no próximo ano”, celebrou a isqueira.
Durante a Piracema, o seguro-defeso representa a fonte de renda de muitos ribeirinhos. O benefício corresponde ao valor de um salário mínimo, sendo concedido pelo Governo Federal a cada trabalhador nos meses em que as atividades de pesca estão proibidas para fins comerciais.
Ao todo, 403 cestas básicas foram destinadas à famílias pantaneiras. Foto: Evelyn MartinsEm diversas comunidades do Pantanal, a coleta de iscas é a principal atividade econômica desenvolvida, ficando responsável por abastecer o crescente turismo de pesca na região. Para exercê-la, é necessário que o trabalhador permaneça submerso em água por longos turnos, que podem durar até 10 horas. E essa situação faz com que riscos e insalubridades surjam. Além da ameaça de ataques por animais como jacarés, cobras e arraias, também há perigos para a saúde desses trabalhadores, que ficam expostos a vários tipos de doença, principalmente nos períodos de decoada, quando as águas apodrecem e se tornam impróprias para uso.
Para o comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar Ambiental, tenente-coronel Diego da Silva Ferreira Rosa, a parceria com o MPT-MS contribui de forma objetiva e direcionada para a proteção do bioma e promoção de Justiça social nas comunidades locais.
“A destinação de equipamentos de proteção individual, assim como outras doações do MPT voltadas a atender necessidades reais das famílias ribeirinhas, ampliou o alcance social da expedição e reforçou a dimensão humana do projeto. Não se tratou apenas de apoiar a logística da ação, mas de contribuir de forma direta para a segurança e a dignidade de trabalhadores e moradores que vivem no entorno do Pantanal e que enfrentam diariamente condições ambientais e socioeconômicas desafiadoras”, disse Diego Rosa.
*Com informações da Assessoria do MPT-MS e Ecoa
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Macacões impermeáveis foram entregues à isqueiros de comunidades afastadas no Pantanal. (Foto: Divulgação/MPT-MS)


