Completando 30 dias de gestão na prefeitura municipal de Corumbá, o prefeito Gabriel de Oliveira reuniu a imprensa local em coletiva na manhã desta segunda-feira, 03 de fevereiro, para apresentar um balanço dos avanços e os planejamentos em andamento para solucionar problemas em curto, médio e longo prazo.
De acordo com o relatado, a situação financeira do município se revelou ainda pior com o passar desse primeiro mês de administração. Novas dívidas foram encontradas, os prédios públicos se revelaram sucateados, prazos essenciais para serviços e melhorias em prol da população foram perdidos e a saúde pública está deplorável.
Bia Cavassa, vice-prefeita e secretária de assistência social, destacou a péssima situação dos prédios públicos. "Todos estão com problemas de estrutura e a situação nos bairros não é diferente, pedimos um pouco de paciência da população, pois estamos trabalhando com toda equipe disponível para transformar e entregar a cidade limpa ao cidadão", diz a vice.
Santa Casa
Em relação à Santa Casa, onde a crise financeira e o deficit na folha de pagamento se arrasta por anos, Dr. Gabriel diz que a prefeitura conseguiu pagar as duas folhas da contratualização, no valor de 1 milhão e 200 reais, que foram deixadas em débito pela antiga gestão. "Em reunião com a diretoria do hospital foi concluído que é necessário realizar o corte de pelo menos 150 pessoas da folha, porém, é necessário recursos para pagar os direitos desses funcionários que serão demitidos", esclarece. As demissões são necessárias para 'estancar' o déficit mensal do hospital.
Dr. Gabriel diz que o governo do estado se propôs em ser parceiro financeiro para resolver as pendências da Santa Casa, porém, somente mediante algumas medidas prévias. Segundo o prefeito, entre as exigências estão enxugar a folha de pagamento e realizar um plano de ação transparente. "Não existe a possibilidade deles apenas mandarem o dinheiro, eles exigem saber quais as pendências, como e onde os recursos serão usados, com total transparência", diz o prefeito.
Roberto Lins, procurador geral do município, esclarece ainda que "o município conseguiu um acordo, que será assinado nesta semana. Existe uma promessa do Governo do Estado para construir um hospital regional em Corumbá, mas não podemos abrir mão do nosso único hospital, e por isso, medidas estão sendo tomadas para que ele continue atendendo o população. Nesta semana vamos assinar um acordo para enfim encerrar esse processo de maneira que a prefeitura não seja responsável por desmandos que foram feitos na gestão passada. A dívida do hospital passa dos R$ 130 milhões e a prefeitura não tem como assumir esse débito", detalha.
Roberto Lins explica que o acordo que será assinado nesta semana, prevê que a intervenção do município continue, porém, com algumas medidas para que daqui em diante a hemorragia financeira no hospital seja estancada. "Nós teremos o apoio do governo do estado para manter o hospital funcionando da melhor maneira possível para atender a população".
Bia Cavassa pede o apoio da população para manter a cidade limpa. Foto: Capital do PantanalSaúde Básica
Nesses primeiros 30 dias, o prefeito visitou algumas das unidades básicas do município, e, infelizmente, segundo seu próprio relato, a realidade encontrada foi muito pior que a imaginada. "Há postos de saúde que estavam sem energia elétrica há 8 meses, não sei como estavam atendendo a população. Falta médicos, medicamentos e exames. Estamos realizando um novo credenciamento para atender a demanda de exames complementares, médicos e medicamentos básicos que estão em falta", diz Dr. Gabriel.
Dívidas
Além dos R$ 34 milhões identificados no levantamento inicial, a gestão de Dr. Gabriel se deparou com outras surpresas como R$ 3 milhões do terço de férias dos professores, R$ 5 milhões do Fundo dos Servidores, R$ 1 milhão e 200 da folha de pagamento do Hospital e a dívida do serviço de hemodiálise que não recebe desde outubro do ano passado.
Folha de pessoal da prefeitura
Nesse primeiro mês de gestão, já houve uma redução de R$ 2 milhões na folha de pagamento comparada com a de dezembro de 2024. Segundo Gabriel, atualmente, a prefeitura tem 181 servidores e deste total, 50% é concursado.
Habitação
Dr. Gabriel diz que várias exigências da Caixa Econômica Federal já foram cumpridas pela equipe e que existe um grande esforço das secretarias para que o projeto de construção das novas casas comunitárias não seja perdido. "Nos deparamos com custos que não haviam sido incluídos e que nossa gestão terá que arcar, como por exemplo, R$ 3 milhões que para detonação na área onde as casas serão construídas", diz o prefeito que reafirma seu compromisso de quebrar o jejum de oito anos sem Corumbá entregar moradias para a população de baixa renda.
Coletiva marca os primeiros 30 dias de gestão de Dr. Gabriel na prefeitura de Corumbá. Foto: Capital do PantanalCarnaval
O prefeito ressalta que desde setembro/outubro do ano passado, a prefeitura já deveria ter repassado o recurso para as Escolas de Samba, "sabemos que o quanto antes esse valor é repassado, melhor eles conseguem se organizar". Neste ano, o carnaval de Corumbá está sendo financiado por recursos enviados pelo Governo do Estado e por parlamentares, representantes de Mato Grosso do Sul. Foram R$ 1 milhão e 300 mil enviados pelo estado e pelo deputado federal Beto Pereira.
Como destaque, Dr. Gabriel mencionou a realização do inédito "Folia nos Bairros", que neste sábado e domingo, dias 1º e 2 d fevereiro, lotaram as praças dos bairros Cravo Vermelho e Popular Nova. "A intensa participação da população mostra que acertamos em descentralizar as festividades do Carnaval, que antes só aconteciam na área central da cidade".
Corumbaense
Gabriel relata que a situação do time Corumbaense e do estádio Arthur Marinho é complicada. Segundo o prefeito, a equipe precisou correr contra o tempo e buscar parcerias privadas para que o time pudesse jogar o Estadual neste ano.
"Sobre o estádio, existiam 17 exigências dos Bombeiros, que estavam pendentes há pelo menos um ano, nenhuma das exigências foi cumprida pela gestão anterior, mas nós conseguimos cumprir e liberar o estádio para funcionar com pelo menos metade das arquibancadas e continuamos trabalhando".
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Folhas atrasadas do hospital somavam 1 milhão e 200 reais. (Foto: Capital do Pantanal)

