O Terminal Intermodal de Cargas (TIC) de Campo Grande, conhecido como porto seco, segue sem cronograma para iniciar as operações. As obras foram entregues no fim de 2020 e, de acordo com a gestão municipal, o empreendimento está em fase de estudo de viabilidade.
“O estudo de viabilidade técnica e econômico-financeira, que está em andamento, vai responder qual a melhor forma de administrar o TIC e também a viabilidade de implantação do porto seco”, informou a Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) em nota.
O porto começou a ser construído em 2007 e recebeu investimentos de mais de R$ 30 milhões durante mais de uma década, tempo que levou para ficar pronto. Em 2008, a construção foi embargada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por irregularidades.
A construção foi retomada em 2009 e seguiu até 2012, quando a empresa responsável pela obra entrou em recuperação judicial.
Depois de muitas idas e vindas, a obra foi retomada em 2018 e entregue pela gestão atual da Secretaria Municipal de Infraestrutura em dezembro de 2020.
Sobre o início das operações do terminal, a prefeitura explicou que o cronograma só será fechado após a conclusão do estudo. “Sobre o cronograma, o relatório do estudo de viabilidade técnica e econômico-financeira está previsto para ser entregue em setembro de 2022”.
A estrutura de logística foi planejada para ocupar área de 65 hectares. A movimentação anual projetada é de até 2.200 milhões de toneladas quando tudo estiver funcionando.
A ideia é que o terminal sirva para interligar o transporte de mercadorias entre os modais rodoviário e ferroviário. “Toda a infraestrutura está pronta e foi feita pela PMCG”, finalizou a nota enviada à reportagem.
Rota Bioceânica
A retomada do porto seco de Campo Grande é de suma importância para o desenvolvimento logístico do Estado. O terminal integra o projeto da Rota Bioceânica, que ligará Mato Grosso do Sul aos portos chilenos.
Segundo as autoridades ligadas ao projeto do corredor bioceânico, a expectativa é de que, assim que a movimentação de cargas pela ponte sobre o Rio Paraguai, entre Murtinho e Carmelo Peralta, começar, o Terminal Intermodal de Cargas da Capital, localizado no Anel Viário, entre as rodovias BR-060 e BR-163, ganhe ainda mais importância.
Quando a obra foi retomada, o Correio do Estado entrevistou o ex-ministro e diplomata José Carlos Parkinson, diretamente ligado ao projeto. “Hoje, a ideia é trazer o produto pelo corredor. Isso já significa, obviamente, redução de custos logísticos”, explicou.
“Em segundo lugar, se você trouxer esse produto para Campo Grande e usar o terminal multimodal que está sendo implantado para levar essa carga para outros destinos, poderão ser usadas as vantagens que a Capital passará a oferecer”, complementou Parkinson.
Conforme estimativas iniciais, o local em operação poderia resultar em queda de 50% dos custos de exportações e de importações.
Concessão
Depois de concluído, o Terminal Intermodal de Cargas de Campo Grande será administrado pelo Consórcio Empresarial ParkX, que venceu processo licitatório, concluído em 2012, para gerir a estrutura por 30 anos.
Em contrapartida, o consórcio terá de investir R$ 200 milhões na estrutura – com terminais de cargas, combustíveis e armazéns, abastecidos pela malha rodoferroviária existente.
A partir do terceiro ano de funcionamento do terminal, o consórcio pagará à prefeitura o valor de R$ 80 mil, com correção anual.
Conforme apurou a reportagem, no ano passado, a empresa solicitou o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.
Sobre a situação atual da relação da prefeitura com o concessionário e o contrato, a Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (Sidagro) não comentou.
A expectativa do concessionário é de que a reativação da linha férrea (Malha Oeste, da concessionária Rumo) traga ainda mais atratividade para o terminal intermodal. A ParkX já aplicou pelo menos
R$ 2 milhões em segurança, manutenção da estrutura, guaritas e outros itens.
Cronologia
- 2007: Início das obras para construção do Terminal Intermodal de Campo Grande
- 2008: Obra é embargada pelo Tribunal de Contas da União
- 2009: Retomada da construção do porto seco
- 2012: Obras são novamente paralisadas porque a construtora entrou em recuperação judicial
- 2018: Retomada da construção do terminal
- 2020: Conclusão das obras
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A ideia é que o terminal sirva para interligar o transporte de mercadorias entre os modais rodoviário e ferroviário; estrutura parecida funciona em Corumbá. (Gerson Oliveira)


