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Oficina ensina o jeito pantaneiro de transformar couro bovino em peças de uso rural e urbano

A oficina é ministrada pelo artesão Matias Silva, que aprendeu o ofício da selaria ainda quando era criança

23 agosto 2023 - 08h07Redação

Oficina realizada no Memorial do Homem Pantaneiro, em Corumbá, tem ensinado jovens a como transformar o couro bovino em diferentes peças de uso rural e urbano. A realização é do artesão Matias Silva, com o apoio do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano. A oficina é incentivada pelo Fundo de Investimentos Culturais (FIC/MS), da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

As atividades acontecem entre 21 e 25 de agosto, tanto no período da manhã como à tarde. O projeto Saberes Pantaneiros tem o apoio do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano para que seja promovido os saberes pantaneiros por meio de um mestre artesão que tem reconhecimento nacional.

Por meio de demonstrações e ações práticas, o mestre artesão Matias Silva busca valorizar e difundir os saberes, conhecimentos, práticas e modo de vida dos homens e mulheres que vivem no Pantanal, principalmente nas regiões da Nhecolândia e do Paiaguás.

A socióloga no IHP, Wanessa Rodrigues, aponta que esse trabalho é uma grande expressão cultural pantaneira, ao mesmo tempo que está ligada ao fator econômico. “Há vários elementos culturais, especialmente as imaterialidades ligadas ao Pantanal, que necessitam serem reconhecidas e difundidas como formadora da cultura local. O mestre artesão Matias faz seu ofício uma arte e um produto econômico tipicamente dessa região.”

“Saber sobre nossa cultura, sobre nossos costumes e riquezas, são os elementos que moldam a nossa identidade e que promovem a diversidade cultural de um povo, de uma sociedade. Dessa forma, cada indivíduo que retém informações sobre seu povo ele irá proteger e propagar para que essa cultura não seja esquecida. Com essa Oficina de Saberes Pantaneiros, faz com que nós pantaneiros saibamos o devido valor de nosso passado, e do que faz parte de nossa linhagem. São afazer que nossos avós, pais, com certeza, praticavam e que são passados de geração a geração, e com essa Oficina temos a oportunidade de conhecer uma prática que faz parte da construção de nossa sociedade. Ver as riquezas que a natureza nos proporciona é muito importante também para sua preservação, cada participante ao sair dessa Oficina, com certeza irá passar adiante e futuramente esperamos que sejamos grandes conservadores de nossa cultura Pantaneira”, defende Kaíza Alves, coordenadora do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano.

Sobre o mestre artesão

Matias Silva é um pantaneiro de verdade, nascido e criado no Pantanal. Nasceu pelas mãos da parteira Demétria, na Fazenda São Roque, na região do Pantanal do Paiaguás, município de Corumbá. Ele é filho de retireiro de fazenda, veio para cidade aos 12 anos de idade. Aprendeu a ler só aos 8 anos porque na época, na região do Pantanal do Paiaguás, não havia escola. O jeito era aprender com professor particular contratado pelo proprietário da fazenda que ensinava as crianças da região.

Ele aprendeu o ofício da selaria ainda quando era criança. Na fazenda não haviam opções de materiais para serem comprados, e a alternativa era produzir peças em couro ali mesmo. O artesão Matias detém o conhecimento de todo processo, que vai do curtimento do couro bovino à confecção de peças de selaria e acessórios em couro. “O curtimento do couro bovino é feito com cascas de árvores nativas, como por exemplo a Ximbuva e o Jatobá”, conta.

Atualmente mora em Corumbá, a Capital do Pantanal, e seu trabalho é comercializado na Casa do Artesão (rua Dom Aquino, 405, Centro), que fica em Corumbá. No local, outros trabalhos de diferentes tipos de artesanato também podem ser encontrados.

Sobre o IHP

Com mais de 20 anos de atuação, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) compartilha com a sociedade os desafios para a conservação do Pantanal e toda sua biodiversidade. O Instituto é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que atua na produção de natureza no bioma Pantanal, com respeito à história e à cultura local. Dentre as atividades desenvolvidas, destacam-se a gestão de áreas protegidas, o apoio a pesquisas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse nas áreas.

Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área.

Os programas e projetos permanentes que o Instituto atua são Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/. O IHP também integra o Observatorio Pantanal.

 

* Informações do Instituto Homem Pantaneiro

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