Imagens divulgadas pelo IHP (Instituto Homem Pantaneiro) nesta sexta-feira (05), ajudam a dimensionar a “agonia” do Rio Miranda neste ano de seca. O curso de água é o mais relevante tributário do Rio Paraguai, o principal do Pantanal.
Primeiro, o comparativo mostra o Rio Miranda em abril de 2023. Ladeado por uma vegetação verde, o rio tem visivelmente bastante volume e as águas se espraiam por um grande perímetro. Já a fotografia de abril deste ano, mostra o rio com menos água e barrento. As imagens são na divisa dos municípios de Miranda e Corumbá.
"À medida que tem volume de água muito grande, os sedimentos têm dispersão maior. À medida que é menor o volume, automaticamente, acaba tendo essa suspensão das partículas e turvando mais a água. Logicamente, há outro fatores adicionais: movimentação de embarcação e alguns pontos de processos erosivos, que acabam provocando essa turbidez da água", afirma o o diretor do IHP, Ângelo Rabelo, sobre a difrença na coloração do rio.
Em 2023, o rio estava com maior volume de água e margeado pela vegetação. Foto: Reprodução vídeo/IHPFormado pelo Rio Roncador e Córrego Fundo, em Jardim, o Miranda percorre 490 quilômetros até a foz no Rio Paraguai, já no município de Corumbá. Nesta viagem, passa por Bonito. De lá, veio outra imagem, divulgada em 22 de março pelo Instituto SOS Pantanal, que ajuda a dimensionar a gravidade da seca em 2024. Pescadores e ribeirinhos conseguiam caminhar no que um dia foi as profundezas do Miranda, que tinha aproximadamente 10 metros.
No topo da ponte, o nome de duas pessoas, lembrança do que foi uma história de amor, é um testemunho da última grande cheia, no ano de 2018, quando, de dentro de um barco, era possível alcançar o ponto mais alto da estrutura de travessia.
Conforme o Instituto Homem Pantaneiro, a medição do Rio Miranda em abril mostra 1,24 metro, quando a média é de 4,41 metros. “E um conjunto de fatores para isso ocorrer: volume de chuva baixo, nascentes com problemas de degradação, uso indevido do solo”, informa o IHP.
Ao longo dos anos, o Rio Miranda enfrenta assoreamento que resulta em formação de bancos de areia e desvio do leito. A situação é agravada por degradação das matas ciliares, mau uso do solo, processos erosivos e, principalmente, com a degradação da nascente. O baixo nível do rio afeta a migração das espécies e facilita a pesca predatória.
Em 2024, a água no rio é pouca e barranta. Foto: Reprodução vídeo/IHPSala de situação
Dados da Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), que monitora os níveis dos rios, mostram que na data de 29 de março deste ano o rio mediu apenas 1,22 metro no município de Miranda.
Na mesma data e local, mas em 2023, a medição era de 6,81 metros. No ano de 2022, a cota estava em 4,22 metros. Indicativos de que nos últimos anos as “águas de março” garantiam bom volume no Miranda. A cota de inundação é a partir de sete metros.
O rio abastece os municípios de Jardim e Miranda, que somam quase 49,5 mil habitantes.
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O manancial é o mais relevante tributário do Rio Paraguai, principal curso de água do Pantanal. (Foto: Reprodução Vídeo/IHP)


