Em coletiva de imprensa concedida na manhã desta quarta-feira (1º), representantes dos Ministérios Públicos do Trabalho, Federal e Estadual intensificaram o apelo à população campo-grandense para que obedeça às medidas sanitárias decretadas pela gestão municipal, considerando que a projeção geométrica da curva de contágio pelo novo coronavírus é bastante preocupante.
Apoioado em estudo recente realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, os entrevistados utilizaram o mês de junho como referência para demonstrar a ascensão da doença na capital do Estado, onde o número de casos confirmados aumentou oito vezes em relação ao mês anterior. Em março, quando a Covid-19 já avançava em muitas cidades do país, Campo Grande registrava apenas dois casos da doença. Nesta quarta-feira, o Boletim Coronavírus divulgado pelo Governo do Estado informa 2.491 diagnósticos positivos de Covid-19 em Campo Grande, sendo oito óbitos. Mato Grosso do Sul contabiliza 8.676 casos positivos e 85 óbitos. “Se a velocidade da propagação atual não for contida, chegaremos ao final de julho com mais de 35 mil casos e leitos insuficientes para reprimir essa demanda. Não queremos testemunhar o caos e o colapso”, advertiu a promotora de Justiça de Defesa da Saúde Pública Filomena Aparecida Depólito Fluminhan.
Representantes das instituições, pedem por uma observância mais rígida das regras de distanciamento social e uso das máscaras de proteção facial em locais públicos e privados de uso coletivo. Atualmente, a taxa de adesão ao distanciamento social na capital Campo Grande está em torno de 50%, abaixo do índice recomendado pelas autoridades de saúde, que é de pelo menos 60%. Outros fatores que impõem desafios à gestão local são os números elevados de pessoas com obesidade, hipertensão ou diabetes.
No aspecto trabalhista, a procuradora-chefe do MPT-MS, Cândice Gabriela Arosio, reiterou que a atuação institucional tem se pautado na expedição de recomendações e notas técnicas às empresas e entidades sindicais, com a finalidade de minimizar os riscos de contaminação pelo coronavírus entre trabalhadores, além de fiscalizações para verificar o cumprimento dessas orientações e eventuais irregularidades. Ela esclareceu que segmentos como frigoríficos e transporte de passageiros e mercadorias, incluindo aqueles cujos serviços são prestados por intermédio de plataformas digitais, estão demandando uma vigilância mais incisiva em razão das dinâmicas laborais que contribuem para uma maior exposição de empregados e autônomos ao contágio. Arosio também chamou atenção para a vigorosa resposta do Ministério Público neste período de pandemia, sempre amparada na preservação do emprego e na integridade da saúde e segurança dos trabalhadores.
O sinal de alerta acenado durante a coletiva veio acompanhado de uma radiografia das atuais estruturas disponibilizadas para atender à macrorregião, composta de 33 municípios além de Campo Grande e com população estimada em 1,5 milhão de habitantes: 69% dos leitos vinculados ao Sistema Único de Saúde para Covid-19 estão ocupados. Na saúde suplementar, a situação aparece de forma mais crítica: 76% de comprometimento dos leitos do Hospital Cassems e 80% do Hospital Unimed (os dados deste último foram coletados há dez dias). Existe também risco de escassez de insumos hospitalares, devido à alta demanda, e as equipes de saúde locais já apresentam baixas nos seus efetivos, motivadas pela contaminação de profissionais que atuam na linha de frente contra a doença.
“O vírus não tem preconceito, afeta ricos e pobres. Por isso, a importância de que cada um assuma sua parcela de compromisso e responsabilidade social, de modo a enfrentarmos de forma menos traumática esse momento, evitando intervenções judiciais no sentido de frear o contágio e suas consequências”, sublinhou o procurador da República Pedro Gabriel Siqueira Gonçalves.
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69% dos leitos de Covid-19 do SUS estão ocupados. Nas redes parceiras, como Cassems e Unimed a taxa se aproxima dos 80%. (Divulgação)

