Tradicional nas vésperas dos espetáculos artísticos e esportivos tupiniquins, sobretudo nos estágios de futebol (paixão nacional), chama-se cambista aquela pessoa que compra ingressos antecipados, ao preço baixo, e os oferece ao torcedor por um preço mais caro.
Fora casos raros em que a procura pelo espetáculo acaba sendo maior do que o número de vagas oferecidas, o cambista acaba ganhando sua clientela apenas pelo benefício de o torcedor não ter que enfrentar fila. Por muitas vezes, tal vantagem acaba sendo realmente relevante dada a fraca estrutura de venda de ingressos nos estádios brasileiros.
Enfim, correr à bilheteria com agilidade e vender os ingressos por preço mais caro acaba representando o labor do cambista. Seu lucro está no tempo que nem todos têm, na impaciência dos que fogem das longas filas.
Claro, cambista é coisa de gente pobre. Atividade de quem necessita de fazer dinheiro até no momento do lazer alheio, produzindo lucro com algum esforço, tempo e risco. Típico de quem não consegue possuir renda satisfatória pelos meios socialmente mais desejados.
Sim, gera renda informal. Trabalho informal para pessoas informais. Pobreza que se alimenta da impaciência dos mais abastados do capitalismo. Eis o cambista, que só faz oferecer o que comprou antes por um preço maior.
Todavia, desde 27 de julho de 2010, o legislador do Brasil trata o cambista da seguinte forma:
Art. 41-F. Vender ingressos de evento, por preço superior ao estampado no bilhete:
Pena - reclusão de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa.
Então....nos últimos dias por conta da realização do show Henrique e Juliano, ontem, 05,como exemplo, o que observou-se foi a venda de ingressos, das variadas categorias, nas Redes Sociais, com as mais descaradas desculpas:
Vendo, pois não poderei ir!
Vendo por motivo de viagem!
Vendo por motivo de doença!
Vendo por motivo de trabalho!
Vendo...vendo.....vendo......vendo......
Enfim, fiquem espertos pois é CRIME!!!!

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