Não da Corumbá dos discursos ou das postagens de propaganda. Mas da Corumbá dos nossos sonhos. Da cidade branca, da terra onde nasci. A Corumbá de quem permanece, de quem, em meio ao caos, ainda resiste e acredita que é possível construir um novo tempo.
Quem caminha por essa Corumbá real vê o que ela se tornou: Uma cidade sem vida nas ruas, sem espaços de encontro, sem iniciativas que integrem as gerações e devolvam o dinamismo que um dia teve.
Esse vazio é visível em cada detalhe. O centro exibe ruas gastas, fachadas envelhecidas, ambientes pouco acolhedores. Não há campanhas que envolvam o comércio em datas especiais, não há identidade visual que convide o público, não há ações que fortaleçam a atratividade da cidade. Uma cena cada vez mais deserta.
Superar esse cenário exige mais que discursos. São necessárias ações concretas: Programas de capacitação, incentivos, estratégias que ajudem os lojistas a qualificar seus espaços, revitalizar fachadas e tornar o comércio mais vivo e atrativo.
Esse deveria ser, por excelência, o papel da Associação Comercial: Fomentar, apoiar, articular. Mas o que se vê é uma entidade silente, acomodada, excessivamente alinhada ao discurso oficial e incapaz de reagir à estagnação que se instalou. Cabe-lhe, com urgência, romper esse imobilismo, assumir com seriedade as suas responsabilidades e liderar, de fato, o fortalecimento do comércio e da vida econômica da cidade.
Enquanto isso, os comerciantes seguem isolados. O comércio, fragmentado. E a cidade, em declínio.
Talvez a saída para este cenário esteja justamente na oportunidade que se aproxima: A Rota Bioceânica. Um projeto sem precedentes para o desenvolvimento regional, com potencial para ampliar o fluxo de pessoas, fortalecer o turismo, impulsionar serviços e abrir novos mercados para Corumbá.
Ainda há tempo para Corumbá integrar-se de forma efetiva a esse corredor. Mas isso exige iniciativa, articulação e uma visão estratégica que, até agora, não se viu.
A cidade, no entanto, corre o risco de, mais uma vez, assistir inerte à passagem dessas oportunidades.
Corumbá não pode mais assistir, imóvel, ao seu próprio declínio. Nem aceitar a omissão de quem deveria liderar o fortalecimento do comércio e da vida econômica da cidade.
Aos comerciantes, empresários e cidadãos que acreditam no potencial desta terra: este é o momento de cobrar, de se articular e de promover, com coragem e lucidez, as mudanças necessárias.
Não se trata mais de esperar. Trata-se de agir.
Foto: Arquivo/PMC
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