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COLUNA

Entrelinhas

Sylma Lima

Até breve...

01 novembro 2017 - 08h58

Alta madrugada o telefone tocou com a notícia de sua partida. Apesar de sua aparência sempre forte e saudável, uma dissecção aguda da aorta, que se formou clandestina em sua artéria, o que nós leigos chamamos apenas de aneurisma, fragilizou você a tal ponto que, mesmo operado pelos melhores dos nossos, seu coração não voltou a bombear o sangue como deveria.

Você passou por várias paradas cardíacas à noite passada. O organismo não respondeu aos esforços dos que te assistiam diretamente, muito menos às nossas orações. Provável, ou melhor, certo porque Deus tenha planos ainda maiores para você junto a ele na eternidade...

Por todas as diferenças que tivemos, muita gente pode pensar, ainda hoje, que éramos inimigos. No entanto, de minha parte, sempre foi o contrário. Como convivemos muito tempo no grupo escolar, como viemos de berços pobres e honestos, muitas vezes me investi  de senso crítico, com o propósito de ser uma espécie de ‘alter ego’ seu. Aquela pessoa que alguns dicionaristas definem como alguém que tem o dever de sinalizar caminhos e trilhas...

A notícia de sua enfermidade me tirou completamente do sério. A vontade foi gritar ao mundo que não era sua inimiga. A lembrança de seu querido Pai – ‘Seu Rolinha’; que hoje certamente te recebe junto a Deus. Aquele velhinho amado que nos dava pirulitos de ‘chupetinha’ na saída do trabalho...

Brigamos muito porque você não entendeu, ao tempo, que as críticas e toques que fazia, sempre com base no site do Judiciário, eram de uma amiga de verdade que cobrava acertos daquele menino admirado na escola e do agora gestor de três mandatos. Um os quais incompleto. Queria a perfeição daquele Ruiter que acompanhei por toda trajetória. Mas agora, infelizmente, não dá mais tempo.

Me resta entender que as vezes é melhor ser feliz do que ter razão. Pena! Porque talvez tenha passado a você e a muita gente sensação oposta. Mas Deus ainda foi generoso comigo, me dando a chance de escrever o texto que mandei para o site ao saber da gravidade da doença que o acometia. E, como dizem os estudiosos desse fenômeno de tantas dúvidas chamado morte, o primeiro momento de quem passa por ele é atônito. Até que a bondade divina traz a conformação e clareza de tudo, como se um vídeo acelerado passasse na consciência, mostrando o que fizemos, nossos verdadeiros Amigos. A recordar tudo aquilo que deixamos em algum lugar do passado...

Alguém pode até ter torcido igual a mim pela sua recuperação, Ruiter. Porém, nenhum dos seus melhores amigos mais que eu. Nossas divergências eram no campo político, apenas. Fiz apelo por sua recuperação até em meu grupo de amigas evangélicas. Oramos em busca do milagre. Mas quem somos nós contra os planos que Deus tem para você, agora chamado “Saudade”...Somente isso pode explicar sua viagem prematura, aos 53 anos.

A Beatriz Rosália e os filhos Rodrigo e Rafaela, a certeza de que a vida se encarregará de colocar as coisas no seu devido lugar. E um dia, quem sabe, entender que  Ruiter sempre contou comigo quando quis. Desde o Santa Terezinha até a fase adulta. Fui seu senso crítico, apenas, repito. Queria o bem dele, diante de uma roda destrutiva.

Tenham certeza também, Parentes e Amigos que pela vontade de Deus todos são recompensados. Tenho para mim que a morte não nos rouba seres amados. Ao contrário! Os imortaliza em nossas recordações...

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