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Saúde

Curso de primeiros socorros capacita comunidade escolar em áreas remotas do Pantanal

26 maio 2025 - 08h39Gesiane S. Lourenço

O treinamento internacional, realizado entre os dias 12 e 17 de maio, formou 28 pessoas na RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) Acurizal, no Pantanal de Corumbá. O curso atende a uma demanda de aumento da segurança no caso de ocorrências graves, como incêndios, ataque de animais, bem como em exigência legal da Lei n. 13.722, de 2018. A Lei Lucas, como é conhecida, determina que cursos de primeiros socorros sejam realizados para professores de escolas públicas e privadas, de ensino infantil e básico, para atuarem em situações emergenciais enquanto a assistência médica especializada não for proporcionada.

Integrantes das escolas Jatobazinho, na comunidade do Paraguai-mirim; da Escola Municipal Rural de Ensino Integral Polo São Lourenço e Extensões, que atende as comunidades Amolar, Aterro do Binega e a comunidade indígena Barra do São Lourenço; e da Escola Estadual João Quirino de Carvalho – Toghopanãa, na Aldeia Uberaba Guató, participaram da formação. O certificado do curso tem validade de dois anos e reconhecimento internacional, por meio da WFA (Wilderness First Aid).

O diretor presidente do IHP, Angelo Rabelo, aponta que a proposta da capacitação é permitir melhor preparo das comunidades na região do Alto Pantanal para agir em casos de emergências. Ele ressalta que ainda não existe atendimento médico permanentemente presente nessa região. “Estamos falando de áreas remotas no Pantanal, distante mais de 200 km de Corumbá, onde só se chega após horas de navegação, ou é preciso apoio aéreo, mas que depende das condições para conseguir pousar. Esse curso permite entendimento sobre como agir em momentos graves para aumentar as chances de proteção de vidas.”

Francisca Vasques é professora indígena da Aldeia Uberaba, etnia Guató, com turmas do 1º ao 9º ano e integrou grupo que realizou o curso. “Dou aula de língua indígena na minha comunidade para revitalizar a nossa língua guató e é super importante também ter essa compreensão melhor no atendimento de emergências. Já passamos alguns sufocos, com afogamentos, quedas de crianças. Agora tenho um conhecimento melhor de como proceder. Tudo que foi ensinado vai ser repassado em sala de aula.”

Com o treinamento, os profissionais das escolas podem iniciar os primeiros socorros, enquanto a assistência especializada está em deslocamento. Foto: Divulgação/IHP

O curso envolveu atividades teóricas, para mostrar cenas reais de diferentes acidentes que podem ocorrer e procedimentos a serem feitos. Os integrantes, depois, precisam realizar a prática e precisam repetir os diferentes protocolos envolvidos para simular situações como quedas graves, lesões, cortes, ataque de animais. A simulação também ocorreu com os alunos precisando promover um resgate em local de difícil acesso, em meio à mata, durante a noite. As áreas de floresta dentro da RPPN foram utilizadas para permitir melhor condição para o treinamento.

Cada integrante do curso ainda levou para a escola que atua ou na comunidade que vive material de consulta para repassar o ensinamento para outras pessoas, como forma de ampliar o conhecimento.

Marcos Padilha foi professor no curso e é o proprietário da Padilha Treinamentos, que acompanha expedições em diferentes regiões remotas do mundo. “O treinamento que foi realizado envolveu técnicas, protocolos e também o uso de equipamentos, como o desfibrilador externo automático. Foram ensinadas várias técnicas de atendimento de emergência em local remoto, com evacuação, remoção, reanimação cardiopulmonar, controle de hemorragias, casos clínicos. Falamos muito também de prevenção de acidentes e como fazer isso.”

O Curso de Primeiros Socorros em Áreas Remotas é promovido pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) no âmbito do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), que é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e tem o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como agência implementadora e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO como agência executora. *Informações da Assessoria do IHP

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