A sessão da Câmara dos Deputados desta terça-feira (9) foi marcada por uma série de tumultos, culminando na retirada à força do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Em meio ao clima tenso provocado pela ação dos policiais legislativos, um segundo foco de confusão se formou no plenário, envolvendo a deputada sul-mato-grossense Camila Jara (PT-MS).
O parlamentar do Psol se recusava a deixar a cadeira destinada ao presidente da Câmara após Motta anunciar que colocaria ainda este ano em votação a cassação de seu mandato. O parlamentar é acusado de quebra de decoro por ter agredido um militante do MBL (Movimento Brasil Livre ) em abril de 2024. O Conselho de Ética já havia aprovado a perda de mandato, mas o processo estava parado desde então. Durante a resistência do deputado nesta terça, a TV Câmara chegou a interromper a transmissão ao vivo, e jornalistas foram retirados do plenário.
Enquanto policiais legislativos esvaziavam o local, Camila Jara discutiu de forma acalorada com o secretário-geral da Mesa Diretora, Lucas Ribeiro, afastada do centro da confusão principal. Visivelmente exaltada, a parlamentar apontou o dedo em direção ao servidor e gritava algo não captado.
O momento foi registrado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que divulgou o vídeo nas redes sociais. O parlamentar mineiro, que recentemente acusou Camila Jara de agressão em outro episódio de tumulto promovido por membros da direita em prol da anistia.
A deputada, por sua vez, contestou a versão de que teria provocado novo ato de violência. Em nota enviada ao Campo Grande News, afirmou que reagiu à forma como a Polícia Legislativa conduzia a retirada de parlamentares e de profissionais de imprensa do plenário.
“Deputados agredidos, mulheres jornalistas machucadas, que tiveram de ser atendidas na enfermaria, profissionais de comunicação expulsos do plenário. Reagi à ação da Polícia Legislativa contra o livre exercício parlamentar e contra a liberdade de imprensa, uma indignidade, especialmente no âmbito do Parlamento”, disse.
Camila Jara afirmou que sua intervenção ocorreu para impedir o que classificou como cerceamento da atividade jornalística e desrespeito ao exercício do mandato. “Eu me exalto diante de uma injustiça. Sempre fui assim. E sempre serei. É errado tentar impedir os trabalhos da Câmara, ocupando a Mesa Diretora, mas é errado também cercear a atividade da imprensa de forma violenta e desrespeitar parlamentares tão eleitos pelo voto popular quanto quaisquer outros da Câmara”, concluiu.
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A deputada Camila Jara contestou a versão de que teria provocado novo ato de violência. (Foto: Reprodução de vídeo)


