Autoridades e especialistas se unem para orientar a população e reduzir a presença de onças nas ruas de Corumbá. (Foto: Reprodução/Vídeo)A presença cada vez mais frequente de onças nas áreas urbanas de Corumbá motivou uma série de ações coordenadas entre vereadores, pesquisadores e órgãos ambientais. Uma das principais medidas anunciadas é a intensificação de campanhas educativas para conscientizar a população sobre como evitar a aproximação dos felinos.
A pauta foi discutida na tarde de quarta-feira, 18 de junho, durante uma reunião no gabinete do prefeito Gabriel Alves de Oliveira. Participaram do encontro vereadores, representantes da administração municipal e integrantes de instituições que integram o grupo de trabalho que atua desde o início dos registros de aparecimento de onças.
A reunião foi articulada pelos próprios vereadores, que mais cedo haviam se encontrado com o veterinário e pesquisador Diego Vianna e o capitão Jorge Manoel Martins Junior, comandante da 2ª Companhia da Polícia Militar Ambiental (PMA). Na Câmara, também estiveram presentes os vereadores Ubiratan Canhete de Campos Filho (Bira), Genilson José, Jovan Temeljkovitch, Chicão Vianna, Elinho Junior e Marcelo Araújo, além do assessor especial da Prefeitura, Lucas Zavala Bastos.
No encontro com o prefeito, foram traçadas diretrizes para um plano conjunto entre Executivo e Legislativo, com o objetivo de reforçar as estratégias de prevenção. Também participaram da reunião o veterinário Luka Gonçalves, do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), os vereadores Yussef Salla, Matheus Cazarin, Edinaldo Neves, Hesley Santana e a vereadora Hanna Ellen Santana.
Segundo Bira, há uma preocupação crescente entre os parlamentares sobre a segurança da população, e a Câmara tem cobrado providências das autoridades. “Foram ativados dois contatos para a população avisar presenças de onças, via WhatsApp: o (67) 99936-0164 da Fundação de Meio Ambiente do Pantanal e o (67) 99966-4052 da Polícia Militar Ambiental, além do 190, da Polícia Militar”, destacou.
Autoridades e especialistas se reuniram no gabinete do prefeito para discutir medidas de convivência com as onças em Corumbá. Foto: AscomO vereador informou ainda que campanhas de conscientização estão sendo ampliadas na imprensa local e nas redes sociais, com orientações práticas sobre como afugentar os animais da cidade.
As ações se baseiam em informações repassadas por Diego Vianna e pelo capitão Jorge, que associam a aproximação das onças à escassez de alimento na região pantaneira, consequência direta das queimadas de 2024. Segundo Diego, “na região urbana, as onças encontraram alimentos de forma mais fácil (cães e gatos, além de restos de comida em meio ao lixo domiciliar)”. Ele acrescentou: “A captura se torna difícil, tanto por meio de gaiolas, como laços. Temos que trabalhar para afugentar os felinos da área urbana”.
Ainda de acordo com o pesquisador, o trabalho já em andamento inclui rondas, instalação de iluminação em pontos críticos e uso de equipamentos tecnológicos para espantar os felinos. No entanto, ele ressalta a importância da colaboração da população. “A limpeza desses espaços é de extrema importância, que é preciso evitar deixar lixo exposto, além de manter animais domésticos (cães e gatos) presos, não nas ruas onde se tornam presas fáceis. Sem alimento, as onças acabam deixando o perímetro urbano”, reforçou.
O grupo de atuação nas ações é composto pela Polícia Militar Ambiental, Fundação do Meio Ambiente do Pantanal, Ibama, Prevfogo, Instituto Homem Pantaneiro e o pesquisador Diego Vianna. A Prefeitura participa com as secretarias de Infraestrutura e Serviços Públicos e de Educação.
Uma nova atividade com a comunidade está agendada para esta sexta-feira, 20, às 8h30, na Cacimba da Saúde, no Bairro da Cervejaria. Na ocasião, os técnicos vão apresentar os trabalhos já realizados e repassar orientações sobre como agir diante da presença de onças.
A escolha do local não é por acaso. Foi justamente na Cacimba que uma onça foi registrada por câmeras instaladas, revirando lixo ao amanhecer da última terça-feira, cerca de meia hora após a ronda da PMA. O episódio reforça a necessidade de manter a limpeza da orla, uma responsabilidade da pasta de Infraestrutura, mas que, segundo os envolvidos, deve ser compartilhada com toda a comunidade.*Com informações da Assessoria.
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