Cultura

Festivais de 2025 marcam retomada cultural e movimentam MS

27 DEZ 2025 • POR Danielly Carvalho • 08h35
Com eventos gratuitos, Estado vive ano de público recorde, diversidade artística e impacto econômico. - Foto: Marithê do Céu e Daniel Reino

O calendário cultural de 2025 marcou um dos períodos mais expressivos para Mato Grosso do Sul. Após um 2024 sem a realização de alguns de seus principais eventos, o Estado retomou festivais tradicionais, ampliou o acesso à cultura, atraiu grandes públicos e impulsionou a economia criativa. Corumbá, Campo Grande e Bonito protagonizaram esse movimento, cada uma com programações próprias que valorizaram identidades locais, ocuparam espaços públicos e reforçaram o papel da cultura no desenvolvimento regional.

Corumbá viveu dias intensos com o Festival América do Sul

Entre os dias 15 e 18 de maio, Corumbá respirou arte com a 18ª edição do Festival América do Sul (FAS). O evento de 2025 trouxe como destaque o palco principal instalado no Porto Geral, às margens do Rio Paraguai, integrando música, paisagem e patrimônio histórico em um mesmo cenário. Durante quatro dias, a cidade histórica se consolidou como espaço de encontro entre diferentes expressões culturais.

Foram 96 atrações gratuitas, entre shows, oficinas, exposições, espetáculos e rodas de conversa. Artistas brasileiros dividiram a programação com representantes do Chile, Colômbia, Bolívia, Cuba e Paraguai, fortalecendo o intercâmbio cultural latino-americano que caracteriza o festival. Nomes como Alcione, Xamã, Pixote, Duduca & Dalvan e Isabel Fillardis atraíram grande público, enquanto as atrações internacionais ampliaram o diálogo entre culturas e fronteiras.

Artista local se apresenta em Corumbá, celebrando a cultura e diversidade do FAS 2025. Foto: Marithê do Céu

Mais do que números ou grandes nomes, o FAS reforçou a relação da população com a cidade e seus espaços simbólicos. Há quase duas décadas, o festival integra o calendário cultural de Corumbá, contribui para o fortalecimento do turismo e valoriza a diversidade artística presente na região de fronteira. Em 2025, essa conexão se refletiu em ruas movimentadas, programação descentralizada e intensa participação do público ao longo de todo o dia.

Campão Cultural espalhou arte por Campo Grande

Na capital, o Campão Cultural voltou a ocupar a cidade após não ter sido realizado em 2024. O festival aconteceu em dois períodos, de 27 a 30 de março e de 4 a 6 de abril, e levou apresentações e atividades formativas para diferentes pontos de Campo Grande.

Com uma programação diversa, o Campão reuniu circo, dança, teatro, música, artes visuais, batalhas de hip hop, cinema, cosplay, cultura geek, skate, blocos carnavalescos, desfiles de marcas autorais e ações universitárias. A proposta foi ampliar o acesso à cultura e transformar ruas, praças e equipamentos públicos em espaços de convivência, criação e troca de experiências.

Campão levou música, artes urbanas e diversidade para ruas e praças de Campo Grande. Foto: Marithê do Céu e Daniel Reino

Bonito manteve força com o Festival de Inverno

O Festival de Inverno de Bonito (FIB) foi realizado de 20 a 24 de agosto e manteve sua relevância no cenário cultural brasileiro. A programação contou com mais de 180 atrações gratuitas, distribuídas por praças, ruas, escolas e palcos, abrangendo música, dança, circo, teatro, literatura, moda, artes visuais, cultura geek, saberes indígenas e o espaço infantil Festival Bonitinho.

Entre os artistas nacionais estiveram Elba Ramalho, Titãs, Samuel Rosa, Jorge Aragão e Guilherme & Santiago, além de dezenas de artistas sul-mato-grossenses. O FIB também reafirmou seu impacto turístico e econômico. Em 2024, o evento movimentou cerca de R$ 6 milhões, recebeu aproximadamente 95 mil pessoas e registrou taxa média de ocupação hoteleira de 85%. Em 2025, esses indicadores foram mantidos, consolidando Bonito como destino cultural de projeção nacional e internacional.

A edição também reforçou o compromisso ambiental. O festival foi Carbono Neutro e Lixo Zero, com ações de educação ambiental, coleta seletiva, compostagem e compensação de emissões de carbono. Os resultados puderam ser acompanhados pelo público em tempo real por meio de QR Codes exibidos nos telões.

Festival de Inverno ocupou a cidade com cultura, turismo e ações ambientais sustentáveis. Foto: Marithê do Céu e Daniel Reino

Com impacto direto na economia, valorização das identidades locais e democratização do acesso à cultura, os festivais realizados em 2025 evidenciaram o papel estratégico do setor cultural para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, fortalecendo diferentes regiões do Estado de forma complementar.

Para o diretor-presidente da Fundação de Cultura, Eduardo Mendes, o resultado dos festivais reafirma um novo momento para a cultura sul-mato-grossense, “2025 foi um ano de reencontro da população com seus grandes festivais. Retomamos projetos importantes, ampliamos investimentos e fortalecemos nossa capacidade de produzir eventos que geram impacto social, econômico e simbólico. Vimos as cidades cheias, os artistas valorizados e o público ocupando os espaços com alegria e pertencimento. Esse ciclo de festivais confirma que Mato Grosso do Sul vive um período de maturidade cultural, no qual políticas públicas, setor criativo e comunidade caminham juntos para construir um Estado mais diverso, vibrante e conectado com suas raízes.”

*Com informações da Agência de Noticias do Governo de MS.

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