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Dupla de Corumbá transforma 2025 em vitrine para o wrestling feminino

17 DEZ 2025 • POR Danielly Carvalho • 16h46
Títulos em Campo Grande coroam temporada de crescimento e fortalecem projeto social. - Foto: Arquivo Pessoal

O ano esportivo terminou em alta para duas jovens atletas de Corumbá. No sábado (13), durante o Campeonato Estadual de Wrestling, disputado na Escola Estadual Lino Villachá, em Campo Grande, Rebeca Carvalho e Maria Eduarda garantiram o lugar mais alto do pódio e fecharam 2025 com títulos que vão além da conquista esportiva.

As medalhas representam um ciclo de amadurecimento de um projeto social que encontrou no wrestling uma ferramenta de transformação. O que começou de forma tímida passou a atrair cada vez mais crianças ao longo do ano. Hoje, cerca de 20 iniciantes participam das atividades, número que cresce impulsionado pelos resultados e pelo exemplo das atletas.

À frente dos treinos está Josué Carvalho, de 26 anos, que atua como voluntário e acompanhou de perto cada etapa dessa construção. Para ele, 2025 serviu como base para o que ainda está por vir. “2025 foi o pontapé inicial. Plantamos boas sementes e colhemos resultados positivos”, resume. O destaque feminino se refletiu em pódios frequentes: seis medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze, conquistada nos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs), além de bons desempenhos em torneios estaduais e nacionais.

Rebeca e Maria Eduarda com o treinador Josué Carvalho. Foto: Arquivo Pessoal 

Rebeca Carvalho, de 10 anos, foi um dos principais nomes dessa caminhada. Em uma temporada marcada por regularidade e evolução técnica, ela conquistou títulos importantes, como campeã do Circuito Sul-Sudeste, campeã brasileira infantil, campeã estadual de Beach Wrestling e campeã estadual de Wrestling. Maria Eduarda, de 12 anos, também encerrou o ano em evidência, com medalha de bronze nos JEBs Sub-14 e títulos estaduais tanto no Beach Wrestling quanto no estilo livre feminino.

Segundo Josué, o impacto das conquistas vai além do resultado imediato. “Com as duas iniciando esse caminho, acreditamos que em 2026 outras crianças alcançarão o mesmo nível, fortalecendo o projeto e revelando novos talentos para o estado”, afirma.

Mesmo com a visibilidade alcançada, o projeto segue enfrentando limitações estruturais. Sem apoio do poder público, as atividades dependem do incentivo do empresário Miguel Trujillo e do envolvimento direto das famílias, que organizam ações para manter os treinos e viabilizar a participação em competições. “Os pais acreditam que o esporte abre novos horizontes e transforma vidas”, destaca o treinador.

O planejamento para os próximos anos inclui a ampliação do número de vagas, melhores condições de treino e a consolidação do projeto como referência regional. “Queremos, no futuro, colocar Corumbá como uma verdadeira fábrica de talentos, formando atletas e cidadãos”, projeta Josué.

Atletas celebram os títulos ao lado das famílias que apoiam o projeto em Corumbá. Foto: Arquivo Pessoal

Para Rebeca, a temporada que termina deixa lembranças marcantes. “Foi um ano muito feliz para mim. Treinei bastante, aprendi muito e fiquei muito orgulhosa de representar meu projeto e minha cidade. Cada campeonato me ensinou algo diferente e me deu mais vontade de continuar treinando forte para melhorar ainda mais em 2026”, relatou.

Maria Eduarda também destaca o aprendizado por trás de cada luta. “2025 foi um ano de muito aprendizado. Nem sempre é fácil, mas cada treino e cada luta valeram a pena. Fico muito feliz pelas medalhas e por poder servir de exemplo para outras meninas que estão começando agora no projeto”, disse.

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