Cultura

Quatro Luas Pantaneiras retorna ao Pantanal com exibições para comunidades

17 NOV 2025 • POR Danielly Carvalho • 15h52
Equipe leva o filme a escolas pantaneiras e evidencia o protagonismo das mulheres. - Foto: Elis Regina Nogueira/Kojiroh/João Paulo Gonçalves

Ao longo de quase um mês, a equipe de Quatro Luas Pantaneiras percorreu Albuquerque, Barra de São Lourenço, Serra do Amolar e Nhecolândia para registrar a rotina de Vera, Leonora, Edilaine e Rosa Maria. Agora, o grupo volta às mesmas regiões para apresentar o documentário em escolas e para o público local. As exibições têm apoio do Instituto Homem Pantaneiro, ECOA, Secretaria Municipal de Educação de Corumbá, Fundação de Turismo do Pantanal, Fundação de Cultura de Corumbá e Prefeitura de Corumbá. As sessões serão realizadas em Albuquerque no dia 17 de novembro, em Barra de São Lourenço no dia 19, em Paraguai Mirim no dia 20 e em Corumbá no dia 21.

A diretora e idealizadora Ana Carla Loureiro reforça que o projeto busca dar visibilidade às mulheres que mantêm viva a cultura pantaneira. “Esse filme nasce de uma necessidade de justiça, justiça a essas mulheres pantaneiras que, por tanto tempo, ocuparam um lugar quase invisível na história. Mulheres que sustentam o território, a cultura, a economia, mas que raramente são vistas. O documentário busca honrar esse papel, tirar essas mulheres da retaguarda e colocá-las no centro, onde sempre deveriam estar”, afirma.

O longa acompanha as diferentes formas de pertencimento ao Pantanal e revela os vínculos dessas mulheres com a terra e com o ecossistema que as cerca. “Essas quatro mulheres representam diferentes formas de pertencer ao Pantanal, mas todas têm em comum essa força silenciosa, essa entrega à vida e à natureza. Três delas são pantaneiras de nascimento, de raiz mesmo. E a Vera é pantaneira de coração, veio do interior de São Paulo ainda criança, e se fez parte desse território”, diz Ana Carla, que também destaca o trabalho da produtora Bianca Machado, responsável pela pesquisa que levou à descoberta das protagonistas.

A fotografia foi pensada para apresentar o Pantanal em sua vibração real, sem idealização. A diretora lembra que a equipe trabalhou com delicadeza para registrar a vida local com respeito. “Eu tive a sorte de contar com profissionais extremamente sensíveis. Wlacyra Lisboa, Kojiroh, João Paulo Gonçalves e Elis Regina Nogueira entenderam desde o começo essa necessidade de filmar com respeito, com amor, com escuta. Foi um processo muito bonito, porque a equipe toda se envolveu de corpo e alma. Não era só sobre fazer um filme, mas sobre viver o Pantanal”, comenta. “O Pantanal tem uma luz muito própria, uma textura que muda o tempo todo. Era importante que o filme traduzisse isso, a beleza desse território, das pessoas, da vida simples, sem exagero, sem artifício”, complementa.

O documentário também aborda a situação ambiental crítica enfrentada pelo bioma, que vive a pior seca das últimas quatro décadas. “Fiquei tocada pela beleza desses lugares, mas também sensibilizada pelos desafios ambientais. O Amolar, por exemplo, é uma serra extraordinária, tão linda, tão próxima e, ao mesmo tempo, tão pouco conhecida. Mas a gente sente os efeitos dos incêndios e o quanto eles devastaram e impactaram o Pantanal. Há áreas com pouquíssimos animais silvestres, muita poluição, um desequilíbrio visível”, relata. Apesar disso, Ana Carla destaca a força da população pantaneira. “A resiliência do povo pantaneiro, no entanto, é admirável e indispensável: sem ela, não dá pra se viver no Pantanal. É preciso também muita solidariedade e amor pelo lugar, e isso posso dizer que aprendi com nossas personagens”, conclui.

Com trilha original de Marcelo Loureiro, 70 minutos de duração e filmagem em 6K, Quatro Luas Pantaneiras apresenta um retrato sensível da resistência da terra, das mulheres e da cultura local.

O filme é uma realização da Cist em coprodução com a Quíron 5 Filmes, financiado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Governo do Estado, Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal, com apoio da Pantanal Film Commission.

O projeto, regulamentado pelo Termo de Execução Cultural no 1287/2024, também prevê palestras após as sessões e conta com recursos de acessibilidade como Libras, legendas e audiodescrição, ampliando o acesso ao público surdo e às pessoas com deficiência visual.

Serviço:

17/11/2025 – Albuquerque – 19h
Local: Escola Municipal Rural de Educação Integral Luiz de Albuquerque e Melo Pereira e Cáceres e Extensões

19/11/2025 – Barra de São Lourenço – 14h
Local: Escola das Águas Barra do São Lourenço

20/11/2025 – Paraguai Mirim – 9h
Local: Escola Municipal Rural de Educação Integral Polo Paraguai Mirim

21/11/2025 – Corumbá – 20h
Local: Cineclube Macaco da Noite, Prainha do Porto Geral

*Com informações do Tudo do MS. 

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