Recurso de R$ 10 mi vai revitalizar Casa do Artesão e Mercado Municipal em Corumbá

Corumbá, um dos berços históricos e culturais mais ricos do Pantanal, se prepara para um novo capítulo de valorização de seu patrimônio. Dois importantes espaços que marcaram a vida social e econômica do município — o Antigo Presídio, hoje Casa do Artesão, e o Antigo Mercadão Municipal — serão restaurados com recursos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com o Ministério da Cultura. Os investimentos somam mais de R$ 10 milhões, reafirmando o compromisso com a preservação da memória corumbaense e o fortalecimento da identidade local.

Casa do Artesão: de celas a ateliês de criação

Com investimento de R$ 4,7 milhões, a obra de restauração do Antigo Presídio de Corumbá — edificação que abrigou o sistema prisional até 1970 — prevê a recuperação estrutural e a modernização de suas instalações elétricas e hidrossanitárias. O projeto também contempla a construção de um anexo nos fundos do prédio para abrigar oficinas e programas sociais, como a tradicional Oficina do Ladrilho Hidráulico e o Projeto Amor Peixe, associação de mulheres que utilizam couro de peixe na confecção de peças artesanais.

As antigas celas ganharão nova vida, transformadas em ateliês e lojas para artesãos locais, enquanto o pátio interno, com seu chafariz e postes originais, será revitalizado para se tornar um espaço de convivência, lazer e celebração da cultura pantaneira. Mais do que um restauro físico, o projeto representa a reocupação simbólica de um espaço de reclusão, agora dedicado à liberdade criativa e à inclusão social.

Antigo Mercadão Municipal: economia e cultura no mesmo endereço

Outro marco da cidade, o Antigo Mercado Municipal, símbolo da tradição comercial corumbaense, será restaurado e ganhará a requalificação da Praça Uruguai, em seu entorno. O investimento total de R$ 6,1 milhões busca devolver ao prédio modernista sua função original: ser um ponto de encontro entre comerciantes, consumidores e turistas.

O espaço passará por uma ampla recuperação de sua estrutura, com nova cobertura, sistemas elétricos e hidrossanitários, além de adequações que permitirão o retorno das atividades de comercialização de produtos hortifrutigranjeiros. A proposta prevê também a integração com pequenos produtores de Corumbá, Ladário e até de comunidades bolivianas fronteiriças, reforçando a vocação da cidade como polo de integração econômica e cultural da fronteira.

Com o novo Mercadão, Corumbá retoma o espírito comunitário que sempre caracterizou seus espaços públicos: o lugar onde histórias se cruzam, aromas e sotaques se misturam, e o cotidiano ganha vida através da tradição.

Patrimônio que inspira o futuro

A restauração desses dois imóveis históricos ultrapassa o valor das obras e do investimento financeiro. Trata-se de um ato de preservação da memória e reafirmação da identidade pantaneira, que projeta Corumbá no mapa nacional como referência em cultura, turismo e sustentabilidade social.
Para o prefeito Dr. Gabriel Alves de Oliveira, as obras representam mais do que a recuperação de prédios antigos — simbolizam o reencontro com as memórias afetivas da cidade:

“Quando criança, eu vinha ao Mercadão com meus pais e avós. Era ali que a gente comprava chipa e pastel e tomava tubaína no saquinho, enquanto escutava histórias do povo que vendia lá. Me lembro do movimento constante, de vai e vem de comerciantes locais que abasteciam seus pequenos comércios com produtos do Mercadão. Esses espaços sempre foram o coração da nossa convivência, onde a cultura corumbaense pulsa com mais força. Ver o Antigo Mercadão e a Casa do Artesão ganhando vida novamente é como reviver um pedaço da nossa infância e da nossa história coletiva.”

A previsão é que a ordem de serviço seja dada no primeiro semestre de 2026, após os trâmites administrativos de contratação. A restauração da Casa do Artesão e do Mercadão Municipal representa um marco na política de preservação patrimonial de Corumbá, reforçando o compromisso com a valorização da história, o incentivo à economia local e a promoção do turismo cultural no coração do Pantanal, onde o antigo e o novo convivem em harmonia, transformando história em oportunidade, e patrimônio em esperança viva.

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