Brigada indígena e IHP unem esforços contra o fogo na Serra do Amolar
Adversidades climáticas e a geografia do local são grandes desafios para o combate as chamas
9 OUT 2025 • POR Gesiane S. Lourenço com IHP • 09h01O incêndio florestal que atinge a região da Serra do Amolar, no Pantanal de Corumbá, desde o dia 28 de setembro, tem contado com a união dos esforços das Brigadas Alto Pantanal e Uberaba Guató. A primeira é mantida pelo IHP (Instituto Homem Pantaneiro) e a segunda foi formada durante a temporada do fogo de 2024. O trabalho conjunto é possível por conta da brigada indígena também estar integrada ao Prevfogo/Ibama.
O combate às chamas tem revelado inúmeros desafios por conta do fogo ter iniciado no topo de uma morraria, a quase 900 metros de altura. A atuação de todos os brigadistas tem sido focada em reduzir as chamas, trabalhar em apoio a comunidade e na ação conjunta com aeronaves na linha de frente. Além do perigo do fogo, a fumaça segue atingindo diferentes áreas do Pantanal desde o começo de outubro.
As adversidades climáticas, contudo, seguem criando grandes barreiras. As rajadas de vento entre a semana passada e esta chegaram a mais de 40 km/h em alguns dias, bem como a temperatura ultrapassou os 35º C, com sensação térmica rompendo os 40º C. Um outro elemento preocupante é que praticamente nenhuma chuva foi registrada na região da Serra do Amolar, apenas em pontos isolados e que não contribuíram para reduzir a força do fogo.
Nas primeiras detecções de satélite do incêndio, a área de influência dos focos de calor chegaram a sinalizar em torno de 900 hectares atingidos por essa ocorrência. Mais de 10 dias depois da ignição, as informações do Painel do Fogo indicam que a área de influência dos focos de calor já passaram para 20,5 mil hectares, com mais de 70 focos e índice de propagação de 187 hectares/h.
“Temos um ano como brigadistas voluntários e agora estamos contratados via Prevfogo. Na Aldeia Uberaba, estamos com um esquadrão para fazer uma atividade de prevenção e, se necessário, fazer um combate para assegurar a comunidade. Tem um outro esquadrão na Serra do Amolar fazendo o combate. É um serviço muito importante, pois o fogo vem cada vez aproximando-se do nosso território, mas não queimou. Estamos preparados para atuar, se for preciso, e temos que somar com demais equipes para defender o nosso Pantanal. Somos guardiões do Pantanal, queremos fazer um trabalho muito bem feito”, explica o Chefe da Brigada Uberaba TI Guató, Matheus Gediel AssunçãoAlém Ferreira, que é também vice-cacique.
No total, são 30 brigadistas atuando em conjunto para combater várias frentes de fogo (13 do IHP, outros 7 da Brigada Uberaba – Prevfogo – e 10 do Prevfogo de Corumbá). Além disso, um helicóptero do Prevfogo/Ibama está dando apoio diário, e duas aeronaves da Defesa Civil Estadual também auxiliam na dispersão de água. Ainda não há previsão do fim dos trabalhos.
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