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Fumaça provocada pelas queimadas no Pantanal exige cuidados extras com a saúde

21 JUN 2024 • POR Gesiane S. Lourenço • 13h44
A presença de fuligem já se tornou comum nas casas de Corumbá. - Foto: Reprodução

O clima está cada vez mais pesado para quem mora na região de Corumbá e Ladário. A presença de fumaça e fuligem, decorrente das queimadas no Pantanal, tem prejudicado as condições do ar e causado prejuízos à saúde dos moradores.

De acordo com o médico, Dr. Samir Mohamad Moussa, que atende no Pronto Socorro do Município, muitos pacientes tem chegado na rede pública com os mesmos sintomas. "Eles chegam reclamando de tosse seca, sensação de irritação na garganta, falta de ar, olhos irritados, rouquidão e dor na cabeça. A recomendação é aumentar a hidratação do corpo e lubrificar a região nasal com soro. Na piora dos sintomas, o ideal é que procure um médico".

Dr. Samir orienta sobre cuidados necessários. Foto: Arquivo Pessoal

Dr. Samir orienta que as pessoas devem evitar o contato com a fumaça e fuligem, princialmente as que já são diagnosticadas com problemas respiratórios, como a rinite. "Pais devem evitar deixar as crianças na rua, tenho atendido muitas crianças com crise de asma, que há mais de cinco anos não sofriam com os sintomas. Ao perceber cansaço e chiado no peito, já traga a criança para o atendimento médico", alerta.

Neste ano, temporada de incêndios no Pantanal iniciou com muita antecedência, no ano passado, o ponto mais severo das queimadas aconteceu no mês de setembro e, neste ano, junho ainda nem acabou, mas já registra números que superam os de 2020, quando o bioma registrou recorde de queimadas. As queimadas nos seis primeiros meses de 2024 já são 8% maiores em comparação com 2020. 

Consequências são incalculáveis

Além dos prejuízos à saúde, na esfera do meio ambiente, a destruição acontece em cadeia. De acordo com a bióloga, Ana Flávia Lima, autora de estudo sobre as queimadas no Pantanal, "a fuligem dos incêndios depositada na água, demanda na baixa de oxigênio no rio e dá inicio a decoada. As bactérias consomem o oxigênio da água do rio e decompõem a matéria orgânica, causando a morte de inúmeros peixes e animais marinhos", esclarece. 

Ana ainda destaca que a ação humana é o principal causador dessa destruição. "As pessoas ateiam fogo para limpar as pastagens e destruir materiais orgânicos, desatentos à condição seca do clima. Uma faísca é suficiente para causar incêndios devastadores". 

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