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Após 18 horas, 7 membros do PCC são condenados a 105 anos por decapitar jovem em Campo Grande

27 OUT 2021 • POR MídiaMax • 10h39
O julgamento começou às 8 horas da manhã de terça (26) e terminou às 2h15 da madrugada desta quarta (27). - Divulgação

Após 18 horas de julgamento, terminou durante a madrugada desta quarta-feira (27), em Campo Grande, o julgamento dos membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) acusados pelo assassinato de Joice Viana de Amorim, de 21 anos. A vítima foi encontrada decapitada e com as mãos amarradas para trás, em uma estrada vicinal na região do bairro Santa Emília, na Capital, em maio de 2018. 

O julgamento começou às 8 horas da manhã de terça (26) e terminou às 2h15 da madrugada desta quarta (27). Foram a juri: Davi Miguelão, Danilo de Souza Brito, Eloir Anjos de Oliveira, Ghian Lucas Martinez, Isabella Sanchez dos Santos, Lucas da Silva, Marcos Felipe, Miriã Helena Júlio e Wellison de Souza Silveira — que tiveram no total 105 aos de prisão. 

Miriã Helena Júlio foi condenada a 23 anos de reclusão, Danilo de Souza Brito, a 23 anos também, Davi Miguelão a 19 anos de prisão, Eloir Anjos de Oliveira a 12 anos e 6 meses;  Ghian Lucas Martinez a 15 anos de reclusão; Wellison de Souza Silveira a 9 anos de prisão e Marcos Felipe a 4 anos. Mas, Isabella Sanchez dos Santos e Lucas da Silva foram absolvidos. 

A expectativa era de que o julgamento perdurasse por dois dias por causa da complexidade e número elevado de réus, mas acabou ainda na madrugada. O caso foi investigado pela DEH (Delegacia Especializada de Homicídios), que tem como titular, o delegado Carlos Leandro Delano, que foi uma das testemunhas ouvidas durante o julgamento. 

O crime 

O crime aconteceu em 2018, quando Militares do 10º Batalhão de Polícia foram acionados por volta das 6h40 da manhã por populares, que encontraram o corpo. A vítima estava sem documentos, o que impossibilitou sua identificação imediata. Sua cabeça estava separada do corpo e ela estava de bruços e com as mãos amarradas com o próprio casaco, em uma estrada de terra na região do Santa Emília. 

Dias antes de ser morta, Joice conheceu Weslley Marques da Rocha vulgo, ‘Cabecinha’, de 25 anos, em uma festa. Os dois teriam ido para uma casa, no bairro Jardim Colorado, onde morava um adolescente de 17 anos. No local, também estavam mais dois menores, de 14 e 16 anos. 

Em determinado momento, o menor de 14 anos teria roubado o chinelo da jovem. Quando Joice percebeu o roubo ficou irritada e exigiu que o chinelo fosse devolvido, afirmando que era integrante da facção CV (Comando Vermelho) e merecia respeito. 

Após a declaração, os adolescentes ligaram para Marcos Felipe Dias Lopes, de 19 anos, vulgo ‘Correria’, que ocupa o ‘cargo’ de ‘disciplina’ do PCC da região do bairro Santa Emília, e avisaram que na casa havia uma menina que se dizia ser integrante da facção rival. 

‘Correria’ então mandou Ygor Matheus Dutra dos Santos, de 19 anos, ir até a casa confirmar se Joice realmente era integrante do CV. Após constatar que a jovem realmente fazia parte da facção, outros dois integrantes, Eloir de Oliveira, de 52 anos, vulgo ‘Mil Grau’, e Lucas da Silva, de 19 anos, também foram até a casa, já com a intenção de realizar o julgamento. 

Pelo fato de Joice ser uma mulher, foram chamadas duas líderes femininas do PCC, Miria Helena Júlio Pasphuin, vulgo ‘Pandinha’, de 21 anos, e Isabella Sanches dos Santos, vulgo Bellinha, de 22 anos, para participarem do tribunal. 

Durante ligação por videoconferência com outros membros da facção, os integrantes receberam a ordem, de dentro do presídio, para levar Joice para outra casa, no bairro Santa Emília, pois a casa em que estavam era muito visada pela polícia, já que a proprietária, mãe de um dos adolescentes envolvidos, estava presa por roubo de camionetes.