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Operação cumpre mandados contra esquema que desviou mais de 23 milhões dos cofres de Maracaju

22 SET 2021 • POR Redação • 10h42
Esquema contemplava empresas que recebiam sem nota fiscal. - Divulgação

Na manhã desta quarta-feira (22), a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, por meio do DRACCO (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado), cumpriu seis mandados de prisão temporária, 26 mandados de busca e apreensão e ainda, promoveu o bloqueio de bens, dentre outras medidas cautelares determinadas pela Justiça. Um mandado de prisão temporária ficou em aberto, sendo o investigado considerado foragido. 

As ações policiais desta fase das investigações miram servidores públicos que atuaram no alto escalão do executivo municipal de Maracaju entre 2019 e 2020, bem como, empresários e empresas com envolvimento no esquema que desviou mais de 23 milhões dos cofres públicos do município. 

Equipes do DRACCO, com o suporte técnico do LAB-LD (Laboratório de Lavagem de Dinheiro), unidade especializada do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado, constataram que foi criada uma conta bancária de fachada, paralela à oficial e não declarada aos órgãos de controle interno e externo do município, por onde foram promovidos mais de 150 repasses de verbas públicas em menos de um ano. 

A partir de negócios jurídicos dissimulados, integrantes do alto escalão da prefeitura emitiram mais de 600 folhas de cheques, que totalizaram mais de 23 milhões de reais, a empresas, sem qualquer lastro jurídico para amparar os pagamentos. 

Muitas das empresas beneficiárias dos valores não mantinham relação jurídica com a prefeitura (licitação, contrato ou meio legal que amparasse a transação financeira). Além disso, não havia emissão de notas fiscais e os valores não eram submetidos a empenho de despesas, operações legais que devem ser observadas pelos entes públicos. 

Diante da gravidade dos fatos, foram requeridas ao Judiciário de Maracaju várias medidas cautelares como mandados de prisão temporária contra servidores públicos e particulares, busca e apreensão em empresas, bloqueio de bens e outras, todas cumpridas na presente data pela PCMS, após parecer favorável do Ministério Público e decisão do Poder Judiciário da Comarca de Maracaju. 

Mandados foram cumpridos nas cidades de Corumbá, Campo Grande, Ponta Porã e Maracaju. Foto: Divulgação

Ação conjunta

Sob coordenação do DRACCO, que preside o inquérito policial participaram da Operação Dark Money policiais civis de várias Unidades da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul como: DPI (DP's Paraíso das Águas, Naviraí, Nova Andradina, Nova Alvorada, Corumbá, Ponta Porã, Nova Alvorada do Sul, Itaporã, Rio Brilhante, mundo novo e Maracaju...), Departamento de Polícia da Capital (GOI, 1°, 2° e 3° DP), Departamento de Polícia Especializada  (Derf e Defurv) , Departamento de Inteligência da PCMS é uma equipe da PCPR - GRupo de Diligências Especiais - GDE da Polícia Civil de Umuarama PR após constatação de deslocamento de um dos alvos para o Estado do Paraná que acabou localizado e preso em um hotel naquela cidade. 

As ações de Polícia Judiciária Civil foram realizadas no Município de Maracaju, Corumbá, Ponta Porã e Campo Grande e envolveram 60 policiais civis do estado do MS e ainda na cidade de Umuarama através de uma equipe da PCPR.  

A expressão Dark Money, atribuída à Operação do DRACCO, é uma alusão à natureza do dinheiro fruto da corrupção sistêmica que atinge setores públicos e perpetrada por seus gestores. 

Denúncia 

Qualquer informação que possa levar à recuperação dos ativos desviados bem como à identificação de outros envolvidos no esquema criminoso podem ser direcionados ao DRACCO por meio das redes sociais, do e-mail dracco@pc.ms.gov.br ou por seu telefone (67) 3323-6900.