Acusado de matar a estudante Carla decide ficar em silêncio durante julgamento
13 AGO 2021 • POR Correio do Estado • 11h41Marcos André Vilalba Carvalho, 22 anos, acusado de matar a estudante Carla Santana Magalhães, optou pelo direito de permanecer em silêncio durante julgamento, que está sendo realizado nesta sexta-feira (13), em Campo Grande.
O julgamento é pela 2ª Vara do Tribunal do Júri e a previsão é que seja encerrado às 16h.
O crime aconteceu no dia 30 de junho de 2020, no bairro Tiradentes. Carvalho era vizinho da vítima e confessou o assassinato.
Ele responde por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio, além de ocultação de cadáver e vilipêndio a cadáver.
Advogado de defesa do acusado, Sebastião da Silva, disse que defenderá a tese de que Marcos tem problemas psiquiátricos, além de alegar que o caso não se trata de feminicídio.
No entanto, o advogado afirma não ter um laudo que comprove que o acusado tenha os problemas sustentados.
“Não é um feminicídio, ele não tem essa relação, e quando nós estivermos sustentando oralmente a defesa vamos demonstrar que esse caso é um caso isolado”, disse Lima.
A defesa afirma ainda que não vai pedir pela absolvição, mas que a pena sejam medidas protetivas condizentes com a suposta condição de doença mental.
Ele também afirmou que o caso ganhou “maior repercussão do que deveria ser dada”.
“Nós não podemos eleger um Cristo penalizando e potencializando determinados fatos que nós julgamos que são horrendos mesmo, o que aconteceu foi uma coisa horrível, só que nós vivenciamos muitos outros casos, que milhões de pessoas morrem por conta da corrupção”, comparou o advogado.
Sobre o fato do acusado ter escondido o corpo durante dias embaixo da cama e ter feito sexo com a vítima já morta, o advogado voltou a sustentar que isso demonstra problema psiquiátrico.
“Isso é uma doença, o que eu posso fazer? É isso que nós vamos provar, eu acredito que ele é doente”, disse.
“A gente não tá defendendo que ele é inocente, ele cometeu uma coisa horrível, agora como eu vou tratar uma pessoa que cometeu uma coisa horrível? Eu tenho que tratar de acordo com a sua personalidade”, acrescentou o advogado.
De acordo com o juiz Aluízio Pereira dos Santos, caso seja condenado, Marcos Carvalho, pode pegar de 12 a 30 anos por feminicídio e nove anos por vilipêndio de cadáver.
O caso
Conforme denúncia do Ministério Público Estadual, Carvalho sequestrou Carla na frente da casa dela com um mata-leão, na noite do dia 30 de junho de 2020, e a levou para a edícula onde ele morava, na residência ao lado.
Lá, ele matou a vítima com diversos golpes de faca no pescoço.
Após matar a vítima, o acusado vilipendiou seu cadáver, praticando sexo com Carla já morta.
Após os crimes, ele colocou o corpo da vítima embaixo da cama, onde foi mantido até o dia 3 de julho, quando ele o carregou até a esquina e deixou em frente a uma mercearia, a cerca de 40 metros da casa onde ela morava.
O acusado foi preso 10 dias depois de abandonar o corpo, no dia 13 de julho de 2020, e confessou o crime.