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Operação em combate à lavagem de dinheiro cumpre mandados em MS e mais quatro estados

11 AGO 2021 • POR Redação • 09h14
Em MS, a operação Tríade teve apoio do Dracco. - Divulgação Dracco

Durante toda a manhã desta terça-feira (10), foram cumpridas mais de 120 ordens judiciais de busca e apreensão, bloqueio de contas bancárias e sequestro de bens e valores, em cinco estados do país, entre eles: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. 

A Polícia Civil do RS, por meio da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas- DRACO de Bagé/RS, deflagrou hoje a “OPERAÇÃO TRIADE”, que investiga um complexo sistema de lavagem de dinheiro de uma Organização Criminosa sediada na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai, através de outras duas Organizações Criminosas, uma de âmbito Estadual, criada na região do Vale dos Sinos e outra de âmbito nacional, criada em São Paulo.  

As investigações começaram em 2020, quando a Delegacia de Bagé realizou uma grande apreensão de drogas em Porto Alegre – cerca de 12kg de cocaína. Durante as investigações, em ações integradas com o setor de Inteligência da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal de Bagé, a polícia ainda apreendeu aproximadamente 31kg de cocaína, 57kg de maconha e 5kg de crack, em diversas ações. No último dia 30 de julho a Polícia desarticulou um laboratório de refino de cocaína e crack em Bagé, onde 3 pessoas foram presas em flagrante.   

Desde o início do acompanhamento sistêmico das organizações, 20 pessoas foram presas em flagrante e 22 indiciadas pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e posse de instrumentos para produção de droga. O líder da Organização Criminosa da fronteira está recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, onde cumpre mais de 120 anos de prisão, e de lá comanda a distribuição de droga para diversas cidades do Rio Grande do Sul.  

Os investigadores da Unidade especializada identificaram movimentações financeiras suspeitas realizadas, por meio de contas de “Laranjas”, em cidades da fronteira, cujo destino eram contas bancárias de empresas e pessoas em diversas cidades do país (especialmente nos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul). As contas eram usadas para gerenciamento e contabilidade do fluxo de dinheiro decorrente do tráfico de drogas.

Durante o período da investigação o “núcleo financeiro” investigado movimentou mais de R$ 78 milhões de reais em operações financeiras fraudulentas. Em um dos casos mais curiosos, uma mulher que trabalha em uma empresa de limpeza, no estado do Mato Grosso do Sul, movimentou mais de R$15 milhões de reais na conta bancária da sua pessoa jurídica – que não existe (no endereço há apenas uma casa abandonada). Em outro caso, um homem de 45 anos, funcionário público Municipal de Campo Grande, movimentou mais de R$ 35 milhões de reais em operações suspeitas. Ambos foram identificados e prestarão depoimentos sobre sua participação nos crimes de lavagem de dinheiro e Organização Criminosa.  

 

 

O Delegado Cristiano Ritta, titular da DRACO/Bagé destacou que a “Operação Tríade” é mais um duro golpe no sistema financeiro do crime organizado nacional, evidenciando que essas três organizações criminosas estão operando de modo sincronizado para abastecer o trafico de drogas do Rio Grande do Sul e Uruguai, e promover a lavagem de dinheiro a partir de centenas de operações no país inteiro. Outro ponto relevante evidenciou que as Organizações Criminosas investigadas pela Delegacia de Lavagem de Dinheiro do DENARC no âmbito da “Operação Irmandade” (deflagrada em julho/2021), também operava o fornecimento de droga e de lavagem de dinheiro para a Organização Criminosa da Fronteira.   

Em Mato Grosso do Sul, a Operação Tríade contou com o apoio da equipe policial do  DRACCO – Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado que participou efetivamente das buscas nos locais referendados, materializando a utilização de locais e empresas fachadas, do tipo laranjas, visto que inclusive, os locais encontravam –se desocupados, mesmo sendo apontados como local de grande movimentação financeira.  

Também fizeram parte equipes da Delegacia Regional e Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas de Canoas, a Delegacia de Charqueadas, a 2ª Delegacia de Pelotas, operacionais civis de São Paulo.  

Mapa do caminho do dinheiro a partir de Bagé, onde foi iniciada a investigação.